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Saldo comercial cai US$ 4 bi com dólar a R$ 3

São Paulo, 17 de abril (Portal EXAME) O dólar registrou em abril uma das maiores desvalorizações mensais em relação à moeda brasileira desde 1965. A queda média foi de 8,3%, segundo levantamento da consultoria financeira Ecomática. É a terceira maior desvalorização em um mês desde o início da série histórica nos anos 60. Só fica […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h34.

São Paulo, 17 de abril (Portal EXAME) O dólar registrou em abril uma das maiores desvalorizações mensais em relação à moeda brasileira desde 1965. A queda média foi de 8,3%, segundo levantamento da consultoria financeira Ecomática. É a terceira maior desvalorização em um mês desde o início da série histórica nos anos 60. Só fica atrás das quedas de 16,60% em março de 1999 e de 11,85% em agosto do ano passado.

Análise da consultoria Global Invest mostra que a valorização do Real também é significativa quando comparada ao desempenho do mercado de câmbio internacional. Nos primeiros 15 dias de abril, a moeda brasileira ficou no topo do ranking entre as 20 mais valorizadas em relação ao dólar, acompanhada pela lira turca (6,8). Por enquanto, no acumulado do ano, também mantém a liderança, com valorização de 14,7%, seguida de perto pelo peso argentino (14,4%). Com o dólar encostado em 3 reais, fica a pergunta: mas qual é, afinal, o patamar ideal para a cotação? Em um sistema de câmbio flexível, não há como definir patamares ideais , diz Rodrigo Azevedo, economista chefe do Credit Suisse First Boston (CSFB).

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Em relatório divulgado hoje (17/04), o CSFB aborda a questão do câmbio traçando cenários para as contas externas e para o ambiente interno. Com o dólar caindo de 3,50 reais para 3 reais, por exemplo, o saldo da balança comercial perde 4,1 bilhões de dólares e fecha o ano 11,9 bilhões de dólares. O déficit em transações correntes, por sua vez, aumenta de 1,2% para 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Mas, no curto prazo, avalia o CSFB, essa piora nas contas externas tende a ser compensada por quedas na inflação e no endividamento público.

As simulações apontam que o dólar a 3 reais provocaria uma redução de quatro pontos percentuais na relação entre dívida e PIB: a dívida passaria ser de 52,5% do PIB, contra 55,2%. Haveria ainda redução de três pontos percentuais no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador que baliza as metas de inflação acertadas com o Fundo Monetário Internacional (FMI). A inflação neste ano poderia ficar em 10,9%, contra 14% estimados com o dólar a 3,50 reais.

O mais complicado em relação qualquer cenário, porém, é acertar o comportamento de uma variável importante: o comportamento do investidor, que define a entrada de capital internacional no país. O fator político pesa nas projeções: a aprovação de reformas estruturais, por exemplo, criaria um ambiente de estabilidade interno capaz de atrair investidores.

É certo que as captações no mercado externo e também os investimentos no Brasil cresceram nas últimas semanas. Mas a grande maioria das operações é de curto prazo. Exemplo disso é que 70% das captações realizadas por empresas brasileiras neste ano vencem em 2004, e o grosso dos investimentos realizados no Brasil são de curto prazo e buscam apenas as vantagens de uma taxa de juros mais elevada, diz o relatório do CSFB. Para o dólar manter o patamar atual seria necessária a permanência dos fluxos de capitais no médio e longo prazo , diz Azevedo. E só o tempo vai mostrar se os ingressos de capital se sustentam.

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