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Rússia pode retomar envio de gás se contas forem pagas

Rússia pode retomar fornecimento de gás à Ucrânia se forem cumpridas as condições financeiras, segundo a Gazprom

Logo da Gazprom: Gazprom suspendeu o fornecimento à Ucrânia em junho (Alexander Demianchuk/Files/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 31 de outubro de 2014 às 07h54.

Moscou - A Rússia pode retomar o fornecimento de gás à Ucrânia já na próxima semana se forem cumpridas todas as condições financeiras, disse nesta sexta-feira Alexei Miller, chefe da estatal russa de gás Gazprom .

Rússia, Ucrânia e União Europeia chegaram a um acordo na quinta-feira para retomar os envios de gás russo à Ucrânia durante o inverno em troca de pagamentos financiados em parte por aliados ocidentais do governo ucraniano.

A Gazprom suspendeu o fornecimento à Ucrânia em junho em meio a disputas sobre dívidas e preços entre Moscou e a ex-república soviética, que agora está buscando fomentar laços mais estreitos com o Ocidente, afastando-se da Rússia.

A Ucrânia também enfrenta uma rebelião pró-Rússia que ameaça dividir a região leste do país, e acusa Moscou de motivar a rebelião.

Miller disse que a Gazprom pode retomar o fornecimento à Ucrânia depois que Kiev pagar parte da sua dívida por gás fornecido no passado e fizer um pré-pagamento para os envios de novembro.

"Tudo depende de quando a Ucrânia fará este pagamento. Entendemos que isso pode acontecer até o final da próxima semana", disse Miller à emissora de TV estatal Rossiya 24, quando perguntado sobre um possível calendário para a retomada do envio de gás. Miller disse que a Ucrânia precisa pagar 1,45 bilhão de dólares para cobrir parte da dívida de gás e adiantar 760 milhões de dólares pelos suprimentos de novembro, para então o envio ser retomado.

Até o final do ano, Kiev deve pagar um total de 3,1 bilhões de dólares em dívidas pelo gás já fornecido, segundo Miller.

O acordo firmado em Bruxelas na quinta-feira permite a Kiev usar alguns fundos obtidos nos acordos existentes com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional para financiar o pré-pagamento. Kiev diz que tem recursos separados para cobrir as dívidas passadas com a Gazprom.

São Paulo – Em 10 anos (2003- 2013), as reservas mundiais de gás natural provadas cresceram 19%, atingindo um total 185,7 trilhões de metros cúbicos (m³). Um terço disto pertence a dois países: Irã e Rússia. A Rússia possui 16,8% desse total – a segunda maior reserva do mundo. À frente, está o Irã, dono da maior reserva de gás natural: 33,8 trilhões de metros cúbicos (m³) ou 18,2% do total mundial. Os dados são do relatório estatístico anual da energia mundial preparado pela companhia de gás e petróleo BP, o Statistical Review of World Energy 2014. Dependência do gás russo
Em meio as crescentes tensões entre o Ocidente e Moscou, os iranianos têm dito, repetidamente, que Teerã está pronta para fornecer gás natural para a Europa. O bloco europeu corre risco de virar refém da alta do preço da energia russa: um terço do gás que consome vem da Rússia, sendo que metade passa pela Ucrânia. Atualmente, o principal mercado de exportação do gás natural do Irã é a Turquia, que almeja duplicar suas importações. Segundo analistas da indústria, um dos prováveis motivos para a investida é a possibilidade da Turquia exportar gás extra para a Europa através do oleoduto Trans Adriático. Com o abrandamento das sanções econômicas impostas sobre o Irã, por conta do seu programa nuclear, o país se revela, aos poucos, uma estratégia potencial para reduzir a dependência europeia do gás russo. Conheça a seguir, as 10 maiores reservas nacionais de gás natural, segundo o relatório da BP.
  • 2. 2. Rússia

    2 /11(Getty Images)

  • Veja também

    Participação mundial16,8%
    Reservas provadas em 201331,3 trilhões de m³
    Reservas provadas em 200330,4 trilhões de m³
    Variação em 10 anos3%
    Produção mundial17,9%
  • 3. 3. Catar

    3 /11(Getty Images)

  • Participação mundial13,3%
    Reservas provadas em 201324,7 trilhões de m³
    Reservas provadas em 200325,3 trilhões de m³
    Variação em 10 anos-2,4%
    Produção mundial4,7%
  • 4. 4. Turquemenistão

    4 /11(Wikimedia Commons)

    Participação mundial9,4%
    Reservas provadas em 201317,5 trilhões de m³
    Reservas provadas em 20032,3 trilhões de m³
    Variação em 10 anos660%
    Produção mundial1,8%
  • 5. 5. Estados Unidos

    5 /11(Getty Images)

    Participação mundial5%
    Reservas provadas em 20139,3 trilhões de m³
    Reservas provadas em 20035,4 trilhões de m³
    Variação em 10 anos72,2%
    Produção mundial20,6%
  • 6. 6. Arábia Saudita

    6 /11(Wikimedia Commons)

    Participação mundial4,4%
    Reservas provadas em 20138,2 trilhões de m³
    Reservas provadas em 20036,8 trilhões de m³
    Variação em 10 anos20,6%
    Produção mundial3%
  • 7. 7. Emirados Árabes Unidos

    7 /11(Getty Images)

    Participação mundial3,3%
    Reservas provadas em 20136,1 trilhões de m³
    Reservas provadas em 20036 trilhões de m³
    Variação em 10 anos1,7%
    Produção mundial1,7%
  • 8. 8. Venezuela

    8 /11(Wikimedia Commons)

    Participação mundial3%
    Reservas provadas em 20135,6 trilhões de m³
    Reservas provadas em 20034,2 trilhões de m³
    Variação em 10 anos33,3%
    Produção mundial0,8%
  • 9. 9. Nigéria

    9 /11(Divulgação)

    Participação mundial2,7%
    Reservas provadas em 20135,1 trilhões de m³
    Reservas provadas em 20035,1 trilhões de m³
    Variação em 10 anos---
    Produção mundial1,1%
  • 10. 10. Argélia

    10 /11(Kjetil Alsvik/AFP)

    Participação mundial2,4%
    Reservas provadas em 20134,5 trilhões de m³
    Reservas provadas em 20034,5 trilhões de m³
    Variação em 10 anos---
    Produção mundial2,3%
  • 11. Rumo a um futuro mais limpo

    11 /11(BrightSource Energy)

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