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Rússia entrará em recessão em 2015, segundo previsões

Afetada pelas sanções econômicas e pela queda de preços do petróleo, a economia russa entrará em recessão no ano que vem, segundo previsões oficiais

O presidente russo, Vladimir Putin: o futuro da Rússia se apresenta sombrio (Mikhail Klimentyev/RIA Novosti/Kremlin/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2014 às 16h39.

Moscou - A Rússia entrará em recessão em 2015, prejuducada pelas sanções econômicas impostas pelos países ocidentais e pela queda dos preços do petróleo que estimulam a inflação e contribuem para a desvalorização do rublo, segundo as últimas previsões oficiais.

Depois de anos de crescimento durante a presidência de Vladimir Putin, com exceção da crise de 2008, o futuro da Rússia se apresenta sombrio, apesar das declarações otimistas do Kremlin.

No dia seguinte à forte queda do rublo em relação ao dólar e ao euro, o ministério russo do Desenvolvimento Econômico comunicou suas previsões para 2015: todos os indicadores foram revisados para baixo.

A economia sofrerá uma contração, 0,8%, longe da previsão anterior, que estimava crescimento de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB).

Para este ano, o ministério estima um crescimento de 0,6% em relação ao 0,5% previsto anteriormente, embora espere que no último trimestre seja "nulo, ou negativo", segundo o vice-ministro da Economia, Alexei Vedev.

Para 2016-2017, Anvar Amirov, analista da consultoria EPPA, acredita que a economia russa crescerá entre 1 e 2%, mas não será suficiente para o desenvolvimento da economia e prevê uma estagnação.

Rublo instável

O mercado cambial reagiu imediatamente ao anúncio dos indicadores econômicos.

Às 13H30 GMT (11H00 horário de Brasília), a moeda russa bateu novo recorde de queda, e foi cotada a 53,32 rublos o dólar e 66,43 rublos o euro.

Desde o início do ano, o rublo sofreu uma desvalorização de 40% em relação ao euro e de 60% em relação ao dólar.

A desvalorização foi acentuada com a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de manter seu nível de produção de petróleo, apesar da oferta abundante no mercado.

Esta decisão também provocou uma queda no preço do petróleo que chegou a seu nível mais baixo em cinco anos, afetando o rublo, já que a metade das divisas da Rússia depende da venda de petróleo bruto.

Por isso, as autoridades russas anunciaram uma redução de 5 milhões de toneladas das exportações petrolíferas.

Fuga de capitais

A crise econômica vivida pela Rússia não se reduz apenas ao mercado de petróleo, lembra Alexei Vedev.

"A economia russa está exposta a três tipos de crise ou fatores de instabilidade: estruturais, especulativos e geopolíticos. Por isso, é simplista pensar que o crescimento da economia russa se deve exclusivamente aos preços do petróleo", avaliou.

O país enfrenta outros desafios, como o impacto das sanções impostas pela União Europeia e Estados Unidos contra Moscou, acusada de apoiar o leste separatista da Ucrânia.

"Estas sanções que afetam o coração financeiro da Rússia, se manterão durante 2015, prejudicando o crescimento", afirmou Vedev.

"Isso significa que a maioria dos bancos e das empresas russas não podem buscar capital nos mercados mundiais", explicou o ministério da Economia em um relatório.

Esta é uma das causas da fuga em massa de capitais que ficará em torno de 125 bilhões de dólares este ano, antes de cair para 90 bilhões no ano que vem, de acordo com o ministério.

A população russa tem de enfrentar também uma inflação que nesse ano deve ficar por volta de 9%, e em 10% no primeiro semestre de 2015.

Os produtos de importação são os mais afetados, como demonstra a Apple, que na semana passada registraram um aumento de 25% nos seus preços. E de acordo com a imprensa russa, as passagens aéreas terão aumento de até 12%.

"Como esses fatores vão influenciar na política econômica do governo? Saberemos na quinta-feira, quando serão estabelecidas as prioridades no discurso de Vladimir Putin no parlamento".

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Depois de anos de crescimento durante a presidência de Vladimir Putin, com exceção da crise de 2008, o futuro da Rússia se apresenta sombrio, apesar das declarações otimistas do Kremlin.

No dia seguinte à forte queda do rublo em relação ao dólar e ao euro, o ministério russo do Desenvolvimento Econômico comunicou suas previsões para 2015: todos os indicadores foram revisados para baixo.

A economia sofrerá uma contração, 0,8%, longe da previsão anterior, que estimava crescimento de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB).

Para este ano, o ministério estima um crescimento de 0,6% em relação ao 0,5% previsto anteriormente, embora espere que no último trimestre seja "nulo, ou negativo", segundo o vice-ministro da Economia, Alexei Vedev.

Para 2016-2017, Anvar Amirov, analista da consultoria EPPA, acredita que a economia russa crescerá entre 1 e 2%, mas não será suficiente para o desenvolvimento da economia e prevê uma estagnação.

Rublo instável

O mercado cambial reagiu imediatamente ao anúncio dos indicadores econômicos.

Às 13H30 GMT (11H00 horário de Brasília), a moeda russa bateu novo recorde de queda, e foi cotada a 53,32 rublos o dólar e 66,43 rublos o euro.

Desde o início do ano, o rublo sofreu uma desvalorização de 40% em relação ao euro e de 60% em relação ao dólar.

A desvalorização foi acentuada com a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de manter seu nível de produção de petróleo, apesar da oferta abundante no mercado.

Esta decisão também provocou uma queda no preço do petróleo que chegou a seu nível mais baixo em cinco anos, afetando o rublo, já que a metade das divisas da Rússia depende da venda de petróleo bruto.

Por isso, as autoridades russas anunciaram uma redução de 5 milhões de toneladas das exportações petrolíferas.

Fuga de capitais

A crise econômica vivida pela Rússia não se reduz apenas ao mercado de petróleo, lembra Alexei Vedev.

"A economia russa está exposta a três tipos de crise ou fatores de instabilidade: estruturais, especulativos e geopolíticos. Por isso, é simplista pensar que o crescimento da economia russa se deve exclusivamente aos preços do petróleo", avaliou.

O país enfrenta outros desafios, como o impacto das sanções impostas pela União Europeia e Estados Unidos contra Moscou, acusada de apoiar o leste separatista da Ucrânia.

"Estas sanções que afetam o coração financeiro da Rússia, se manterão durante 2015, prejudicando o crescimento", afirmou Vedev.

"Isso significa que a maioria dos bancos e das empresas russas não podem buscar capital nos mercados mundiais", explicou o ministério da Economia em um relatório.

Esta é uma das causas da fuga em massa de capitais que ficará em torno de 125 bilhões de dólares este ano, antes de cair para 90 bilhões no ano que vem, de acordo com o ministério.

A população russa tem de enfrentar também uma inflação que nesse ano deve ficar por volta de 9%, e em 10% no primeiro semestre de 2015.

Os produtos de importação são os mais afetados, como demonstra a Apple, que na semana passada registraram um aumento de 25% nos seus preços. E de acordo com a imprensa russa, as passagens aéreas terão aumento de até 12%.

"Como esses fatores vão influenciar na política econômica do governo? Saberemos na quinta-feira, quando serão estabelecidas as prioridades no discurso de Vladimir Putin no parlamento".

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