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RJ quer trocar Odebrecht em concessão do Maracanã, diz fonte

Segundo fonte, o governo fluminense começou a negociar com grupos interessados em assumir a concessão do Maracanã diante da chance de saída da Odebrecht

Estádio do Maracanã: já abrimos conversas com outros grupos porque entendemos que a parceria com a Odebrecht não dá mais e está perto do fim", disse a fonte (Daniel Brasil/ Portal da Copa)
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Da Redação

Publicado em 3 de novembro de 2015 às 15h40.

Rio de Janeiro - O governo do Rio de Janeiro começou a negociar com grupos interessados em assumir a concessão do Maracanã diante da perspectiva de que a atual concessionária, liderada pela Odebrecht , não continuará à frente da administração do estádio depois da Olimpíada de 2016, disse uma fonte próxima às conversas entre o Estado e a empreiteira.

O grupo francês Lagardère Unlimited, que já administra no Brasil as arenas Castelão, em Fortaleza, e Independência, em Belo Horizonte, aparece como um dos interessados na concessão do Maracanã, segundo a fonte, que pediu para não ser identificada.

Outras empresas potencialmente interessadas na concessão do estádio são a AEG, que atualmente tem participação minoritária na Concessionária Maracanã, e a IMM, antiga IMX e que foi sócia de Odebrecht e AEG no Maracanã, de acordo com a fonte. “Já abrimos conversas com outros grupos porque entendemos que a parceria com a Odebrecht não dá mais e está perto do fim", disse a fonte à Reuters.

"Não dá para fazer nada antes da Olimpíada para não criar uma instabilidade, mas, após os Jogos, o caminho está aberto para outra administração”, acrescentou.

O Maracanã, que receberá partidas de futebol e as cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos de 2016, foi reformado para a Copa do Mundo de 2014 ao custo de 1,2 bilhão de reais e concedido ao consórcio liderado pela Odebrecht em 2013 em um contrato de 35 anos.

A situação da Odebrecht se complicou depois da deflagração da operação Lava Jato, que resultou na prisão do presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, e de diversos executivos da companhia, por suspeita de corrupção em contratos com a Petrobras.

“Para a Odebrecht, investir hoje 150 milhões de reais virou uma fortuna, algo não prioritário para um grupo que passa por momentos de dificuldades”, disse a fonte, acrescentando que a empreiteira está "enxugando a carteira" e se desfazendo de ativos que não sejam relacionados diretamente à construção civil.

PARTICIPAÇÃO DOS CLUBES

O contrato de concessão do Maracanã sofreu um abalo quando o governo do Estado, após sofrer pressão da sociedade, proibiu a demolição do estádio de atletismo Célio de Barros e do parque aquático Julio Delamare, que ficam no entorno do estádio.

Quando ganhou a concessão do complexo, o consórcio pretendia construir nessas áreas centros comerciais, estacionamentos e um shopping center. Sem essa receita, a concessionária questionou o contrato e pleiteia um aditivo para reduzir a obrigação de investimentos de cerca de 600 milhões de reais para 150 milhões de reais ao longo do período de concessão.

Segundo a fonte ouvida pela Reuters, o governo não concorda com a proposta do consórcio, que permite ainda a reavaliação do contrato a cada três anos, podendo desistir da concessão ou exigir uma compensação financeira.

Dois modelos estão sendo estudados pelo Estado para o Maracanã. Um deles prevê que um grupo interessado compre a participação majoritária da Odebrecht no consórcio, e o outro prevê a devolução da concessão para que uma nova concorrência seja aberta.

Qualquer que seja a escolha, a intenção do governo estadual é permitir que os clubes do Rio de Janeiro possam participar direta ou indiretamente da gestão do estádio, de acordo com a fonte. Flamengo, Vasco, Botafogo e Fluminense costumam reclamar das taxas e dos custos operacionais para realizar seus jogos no Maracanã.

“O futuro administrador do Maracanã tem que entender que o conceito do Maracanã é diferente, ainda mais com a manutenção do Célio de Barros e do Júlio Delamare. O Maracanã só fica de pé com uma parceira com os clubes. Eles podem até participar do futuro processo caso se associem a empresas”, disse a fonte, acrescentando que o governo do Estado descarta a possibilidade de reestatizar o Maracanã.

A Odebrecht também lidera os consórcios que administram as arenas Pernambuco e Fonte Nova, em Salvador, utilizadas na Copa de 2014, por meio da Odebrecht Properties. Procurados, a Concessionária Maracanã e o governo do Estado informaram que ainda mantêm as negociações com a Odebrecht pela permanência da concessão.

"Governo do Estado do Rio de Janeiro e Maracanã estão em fase final de reequilíbrio do contrato de concessão, com assinatura de aditivo que redefinirá o escopo e o cronograma das obras incidentais", disse o consórcio do Maracanã.

Texto atualizado às 16h40

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O grupo francês Lagardère Unlimited, que já administra no Brasil as arenas Castelão, em Fortaleza, e Independência, em Belo Horizonte, aparece como um dos interessados na concessão do Maracanã, segundo a fonte, que pediu para não ser identificada.

Outras empresas potencialmente interessadas na concessão do estádio são a AEG, que atualmente tem participação minoritária na Concessionária Maracanã, e a IMM, antiga IMX e que foi sócia de Odebrecht e AEG no Maracanã, de acordo com a fonte. “Já abrimos conversas com outros grupos porque entendemos que a parceria com a Odebrecht não dá mais e está perto do fim", disse a fonte à Reuters.

"Não dá para fazer nada antes da Olimpíada para não criar uma instabilidade, mas, após os Jogos, o caminho está aberto para outra administração”, acrescentou.

O Maracanã, que receberá partidas de futebol e as cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos de 2016, foi reformado para a Copa do Mundo de 2014 ao custo de 1,2 bilhão de reais e concedido ao consórcio liderado pela Odebrecht em 2013 em um contrato de 35 anos.

A situação da Odebrecht se complicou depois da deflagração da operação Lava Jato, que resultou na prisão do presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, e de diversos executivos da companhia, por suspeita de corrupção em contratos com a Petrobras.

“Para a Odebrecht, investir hoje 150 milhões de reais virou uma fortuna, algo não prioritário para um grupo que passa por momentos de dificuldades”, disse a fonte, acrescentando que a empreiteira está "enxugando a carteira" e se desfazendo de ativos que não sejam relacionados diretamente à construção civil.

PARTICIPAÇÃO DOS CLUBES

O contrato de concessão do Maracanã sofreu um abalo quando o governo do Estado, após sofrer pressão da sociedade, proibiu a demolição do estádio de atletismo Célio de Barros e do parque aquático Julio Delamare, que ficam no entorno do estádio.

Quando ganhou a concessão do complexo, o consórcio pretendia construir nessas áreas centros comerciais, estacionamentos e um shopping center. Sem essa receita, a concessionária questionou o contrato e pleiteia um aditivo para reduzir a obrigação de investimentos de cerca de 600 milhões de reais para 150 milhões de reais ao longo do período de concessão.

Segundo a fonte ouvida pela Reuters, o governo não concorda com a proposta do consórcio, que permite ainda a reavaliação do contrato a cada três anos, podendo desistir da concessão ou exigir uma compensação financeira.

Dois modelos estão sendo estudados pelo Estado para o Maracanã. Um deles prevê que um grupo interessado compre a participação majoritária da Odebrecht no consórcio, e o outro prevê a devolução da concessão para que uma nova concorrência seja aberta.

Qualquer que seja a escolha, a intenção do governo estadual é permitir que os clubes do Rio de Janeiro possam participar direta ou indiretamente da gestão do estádio, de acordo com a fonte. Flamengo, Vasco, Botafogo e Fluminense costumam reclamar das taxas e dos custos operacionais para realizar seus jogos no Maracanã.

“O futuro administrador do Maracanã tem que entender que o conceito do Maracanã é diferente, ainda mais com a manutenção do Célio de Barros e do Júlio Delamare. O Maracanã só fica de pé com uma parceira com os clubes. Eles podem até participar do futuro processo caso se associem a empresas”, disse a fonte, acrescentando que o governo do Estado descarta a possibilidade de reestatizar o Maracanã.

A Odebrecht também lidera os consórcios que administram as arenas Pernambuco e Fonte Nova, em Salvador, utilizadas na Copa de 2014, por meio da Odebrecht Properties. Procurados, a Concessionária Maracanã e o governo do Estado informaram que ainda mantêm as negociações com a Odebrecht pela permanência da concessão.

"Governo do Estado do Rio de Janeiro e Maracanã estão em fase final de reequilíbrio do contrato de concessão, com assinatura de aditivo que redefinirá o escopo e o cronograma das obras incidentais", disse o consórcio do Maracanã.

Texto atualizado às 16h40
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