Economia

Risco político afastou empresários de leilão, diz Gerdau

Segundo o empresário, existe medo de que aconteçam movimentos para não haver pedágio, o que prejudicaria as concessionárias


	Jorge Gerdau: "quando um Estado não quer pagar pedágio, qual segurança a empresa tem?", indagou
 (EXAME)

Jorge Gerdau: "quando um Estado não quer pagar pedágio, qual segurança a empresa tem?", indagou (EXAME)

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Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2013 às 20h03.

Rio de Janeiro - O empresário Jorge Gerdau afirmou, nesta terça-feira, 17, que o "risco político" afastou empresários do leilão da rodovia BR-262, no trecho entre Minas Gerais e Espírito Santo. Nenhuma empresa apresentou propostas para operar o trecho.

"Após um ano, conseguimos fazer dois leilões e um não andou. Por risco político. O empresário tem medo de que aconteçam movimentos para não haver pedágio", disse o empresário. "Quando um Estado não quer pagar pedágio, qual segurança a empresa tem? Pedágio é forma mais justa, paga quem utiliza", completou.

Segundo Gerdau, o caso não põe em risco o programa de concessões. "Alguma solução vai sair." Para o empresário, que integra a Câmara de Gestão, Desempenho e Competitividade da presidência, Dilma Rousseff tomou uma decisão "acertada" de utilizar o modelo de concessões para atrair investimentos em infraestrutura. "Os governos anteriores, por questões ideológicas, não tomaram essa decisão", pontuou.

No entanto, Gerdau afirmou que não adianta o governo decidir utilizar o modelo de concessões se não tem projetos. Segundo Gerdau, "o governo trabalha em função de questões políticas, apagando incêndios, e perde essa visão de governança".

Logística

O empresário participou na manhã desta terça-feira do seminário Iniciativas para o Desenvolvimento da Infraestrutura de Transportes, na Associação Comercial do Rio de Janeiro. O diretor da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Heder Santos, também citou o fracasso do leilão da rodovia.

Segundo Santos, o ministro dos transportes, César Borges (PR), e o presidente da EPL, Bernardo Figueiredo, se reuniram nesta terça-feira, 17, para discutir o modelo adotado. "O caso não deve acontecer de novo. O ministério ouviu bastante as empresas e suas críticas. Não vai haver alteração no cronograma", afirmou.

Heder Santos afirmou ainda que a decisão de separar os trechos em leilão é "uma estratégia para que o mercado tenha tempo de se preparar para as ofertas".

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