Risco fiscal influencia precificação do câmbio, diz Campos Neto
Segundo ele, a moeda brasileira teve desvalorização de 9% neste ano, desempenho ligeiramente melhor do que países vizinhos
Reuters
Publicado em 16 de dezembro de 2021 às 15h27.
Última atualização em 16 de dezembro de 2021 às 16h52.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira que o risco fiscal é um elemento que influencia a precificação do câmbio, ressaltando que a autoridade monetária não conta em seu cenário básico com novas ações que piorem o quadro das contas públicas.
“Todos os tipos de risco, e o risco fiscal é um deles, influenciam a precificação do câmbio como ativo que também espelha o risco Brasil”, disse.
Em entrevista após a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação, Campos Neto ponderou que grande parte da desvalorização do real ocorreu em 2020, não em 2021. "O Brasil está perto dos pares neste ano ou até um pouco melhor", afirmou.
Segundo ele, a moeda brasileira teve desvalorização de 9% neste ano, desempenho ligeiramente melhor do que países vizinhos.
O presidente do BC afirmou que foi observado um fluxo de saída de recursos do país recentemente, motivado, entre outros fatores, por remessas de dividendos de empresas. Ao defender a importância do câmbio flutuante, ele ressaltou que o BC faz intervenções ao observar esses movimentos pontuais de saída.
Decisão do Fed
Em relação à indicação do banco central dos Estados Unidos de que deve fazer três aumentos de juros em 2022, Campos Neto disse que a decisão não afeta muito o Brasil e que será necessário observar se esse movimento será coordenado com outros países.
Segundo ele, o Federal Reserve vem reconhecendo que o processo inflacionário é mais persistente, além de sofrer maior impacto da uma forte expansão da demanda nos Estados Unidos.
“Houve um movimento de antecipação dessas altas [ de juros ], tem implicação, mas a reação do mercado foi relativamente benigna”, disse.
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