Retomada pede desvalorização do real, diz Barbosa
Segundo Nelson Barbosa, retomada do crescimento passa por uma nova rodada de desvalorização do real em relação ao dólar
Da Redação
Publicado em 30 de junho de 2014 às 14h05.
São Paulo - A retomada do crescimento econômico, e em especial da indústria brasileira, passa por uma nova rodada de desvalorização do real em relação ao dólar, avalia o economista Nelson Barbosa, que por 10 anos esteve na linha de frente da política econômica do governo federal .
Mas essa desvalorização, que poderia levar o dólar para patamar próximo a R$ 2,50 e assim atenuar a pressão sobre a indústria, deve ser feita "por meio do mercado", após uma redução da atuação recente do Banco Central, disse nesta segunda-feira, 26, Barbosa, em seminário sobre desenvolvimento industrial promovido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP).
A desvalorização do real poderia vir por meio da redução das emissões, pelo Banco Central, dos contratos de "swap cambial" no mercado financeiro. Esse contrato representa o compromisso de venda de moeda estrangeira no futuro.
Desde o ano passado, quando o governo e o BC passaram a trabalhar para atenuar a depreciação do real em relação ao dólar, o BC "vendeu" o equivalente a 24% das reservas internacionais, hoje em US$ 365 bilhões, em contratos de "swap".
As reservas brasileiras estariam hoje em US$ 277,9 bilhões, feito o desconto do que foi compromissado em mercado, segundo Barbosa.
"Reduzir a oferta do swap fará com que o câmbio migre, via mercado, para um patamar mais desvalorizado do que o atual", afirmou Barbosa.
Em um exercício econométrico, ele estimou que hoje a cotação do dólar deveria estar próxima a R$ 2,50 para evitar danos maiores à indústria.
A estratégia conduzida pelo BC desde o ano passado deve começar a mudar, como já indicou o presidente da instituição, Alexandre Tombini.
IPCA
Para evitar que uma nova desvalorização aumente a inflação, afinal, segundo Barbosa, o governo "suspendeu o movimento de depreciação do real por conta da inflação", o economista avalia que o governo deverá, também, recuperar a capacidade de gerar esforços fiscais recorrentes, isto é, uma meta de superávit primário (os recursos que o governo usa para pagar os juros de sua dívida) que se repita anualmente.
Ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Barbosa deixou o governo Dilma Rousseff há exatamente um ano, mas continua muito influente dentro da estrutura federal.
Hoje, o economista apresentou uma espécie de cardápio de medidas que podem melhorar o ambiente econômico nacional e trazer maior dinamismo à indústria.
Além da desvalorização do câmbio, Barbosa defendeu também a prorrogação por mais um ano da desoneração da folha de pagamentos.
A medida, que expira em dezembro, foi uma das principais apostas da gestão Dilma para estimular a indústria e a economia como um todo.
Inaugurada ainda em 2011, com o Plano Brasil Maior, a medida foi estendida a 56 setores. "Não é possível decretar o sucesso ou o fracasso da medida, por isso o governo deve prorrogar o benefício até o fim de 2015, e então fazer um balanço", disse ele.
São Paulo - A retomada do crescimento econômico, e em especial da indústria brasileira, passa por uma nova rodada de desvalorização do real em relação ao dólar, avalia o economista Nelson Barbosa, que por 10 anos esteve na linha de frente da política econômica do governo federal .
Mas essa desvalorização, que poderia levar o dólar para patamar próximo a R$ 2,50 e assim atenuar a pressão sobre a indústria, deve ser feita "por meio do mercado", após uma redução da atuação recente do Banco Central, disse nesta segunda-feira, 26, Barbosa, em seminário sobre desenvolvimento industrial promovido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP).
A desvalorização do real poderia vir por meio da redução das emissões, pelo Banco Central, dos contratos de "swap cambial" no mercado financeiro. Esse contrato representa o compromisso de venda de moeda estrangeira no futuro.
Desde o ano passado, quando o governo e o BC passaram a trabalhar para atenuar a depreciação do real em relação ao dólar, o BC "vendeu" o equivalente a 24% das reservas internacionais, hoje em US$ 365 bilhões, em contratos de "swap".
As reservas brasileiras estariam hoje em US$ 277,9 bilhões, feito o desconto do que foi compromissado em mercado, segundo Barbosa.
"Reduzir a oferta do swap fará com que o câmbio migre, via mercado, para um patamar mais desvalorizado do que o atual", afirmou Barbosa.
Em um exercício econométrico, ele estimou que hoje a cotação do dólar deveria estar próxima a R$ 2,50 para evitar danos maiores à indústria.
A estratégia conduzida pelo BC desde o ano passado deve começar a mudar, como já indicou o presidente da instituição, Alexandre Tombini.
IPCA
Para evitar que uma nova desvalorização aumente a inflação, afinal, segundo Barbosa, o governo "suspendeu o movimento de depreciação do real por conta da inflação", o economista avalia que o governo deverá, também, recuperar a capacidade de gerar esforços fiscais recorrentes, isto é, uma meta de superávit primário (os recursos que o governo usa para pagar os juros de sua dívida) que se repita anualmente.
Ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Barbosa deixou o governo Dilma Rousseff há exatamente um ano, mas continua muito influente dentro da estrutura federal.
Hoje, o economista apresentou uma espécie de cardápio de medidas que podem melhorar o ambiente econômico nacional e trazer maior dinamismo à indústria.
Além da desvalorização do câmbio, Barbosa defendeu também a prorrogação por mais um ano da desoneração da folha de pagamentos.
A medida, que expira em dezembro, foi uma das principais apostas da gestão Dilma para estimular a indústria e a economia como um todo.
Inaugurada ainda em 2011, com o Plano Brasil Maior, a medida foi estendida a 56 setores. "Não é possível decretar o sucesso ou o fracasso da medida, por isso o governo deve prorrogar o benefício até o fim de 2015, e então fazer um balanço", disse ele.