Ressurgimento da produção nos EUA mostra problema emergente
A crescente autossuficiência dos EUA em energia, alimentos, maquinaria, químicos e bens industriais prejudica a demanda por remessas estrangeiras
Da Redação
Publicado em 16 de maio de 2014 às 14h51.
Nova York - A decrescente dependência das importações nos Estados Unidos está minando a confiança nas moedas do mercado emergente.
O rali que ocorreu nos últimos três meses do real do Brasil à lira da Turquia será difícil de manter, pois a crescente autossuficiência dos EUA em energia, alimentos, maquinaria, químicos e bens industriais prejudica a demanda por remessas estrangeiras, de acordo com o Goldman Sachs Group Inc., o Morgan Stanley e o UBS AG.
Exceto três, as 23 principais moedas do mercado emergente recuarão até o fim do ano, preveem pesquisas da Bloomberg.
“O enfraquecimento das moedas do mercado emergente tem seus altos e baixos, mas a tendência mais duradoura será a baixa”, disse Bhanu Baweja, diretor em Londres de estratégia entre ativos para o mercado emergente no UBS, em entrevista telefônica no dia 14 de maio.
“Os mercados emergentes se beneficiaram com os desequilíbrios globais. O reequilíbrio global é a coisa certa a fazer, mas não será vantajoso para os mercados emergentes”.
A proporção de exportações provenientes de países em desenvolvimento está caindo em parte porque os EUA estão se tornando mais dependentes dos suprimentos domésticos para suas demandas de energia.
Isso está privando de moeda estrangeira países como a Argentina e a Turquia, em um momento em que o crescimento em algumas economias está desacelerando.
As exportações oriundas dos países em desenvolvimento aumentarão 5,1 por cento neste ano, ou 1,4 vezes o ritmo do crescimento econômico global, de acordo com estimativas do FMI.
A proporção mudou pouco em relação ao ano passado e se compara com uma média de 3,3 vezes na década que finalizou em 2012.
Pior desempenho
O peso da Argentina vai liderar as quedas, despencando aproximadamente 22 por cento até o fim do ano, de acordo com a média das previsões de 14 estrategistas consultados pela Bloomberg. O peso teve o pior desempenho entre os 24 pares do mercado emergente nos últimos três meses e enfraqueceu 3,3 por cento depois que as autoridades desvalorizaram a moeda em janeiro, enquanto a inflação aumentava e as reservas estrangeiras afundavam.
O real cairá cerca de 8 por cento, sinalizou outra pesquisa, enquanto a presidente Dilma Rousseff, que está buscando um segundo mandato de quatro anos, luta contra uma economia que cresce no ritmo mais lento da década e uma inflação que está se aproximando do limite superior do Banco Central, de 6,5 por cento.
A moeda brasileira teve o melhor desempenho desde 14 de fevereiro, pois subiu 7 por cento e atingiu a maior alta em cinco meses no dia 10 de abril, apoiada pelos aumentos na taxa de juros e pela especulação de que o Banco Central interviria para fortalecê-la.
Mais de 54 por cento das importações dos EUA em 2013 foram oriundas dos países em desenvolvimento, de acordo com os dados compilados pela Bloomberg.
Os EUA foram o quarto maior mercado para as exportações da Argentina, depois do Brasil, da União Europeia e da China. Os EUA foram responsáveis por 11 por cento do total das remessas brasileiras ao exterior.
Morgan Stanley possui uma recomendação de venda para as moedas do mercado emergente e aconselhou os clientes em um relatório do dia 12 de maio a se manterem underweight no rand da África do Sul. O UBS, o maior banco da Suíça, aconselha que seus clientes vendam o rand e o florim da Hungria.
Otimismo francês
O Société Générale SA, o segundo maior banco da França, está entre os otimistas que preveem mais ganhos para as moedas do mercado emergente.
“A balança do risco agora está inclinada para cima, especialmente porque estamos observando alguns focos de recuperação” na Europa central e na Ásia, disseram os analistas liderados por Benoit Anne, em Londres, em uma nota do dia 9 de maio.
A exceção
As importações dos EUA de maquinaria, químicos, bens manufaturados e alimentos aumentaram uma média de 2,3 por cento em 2013, frente a 9 por cento no ponto de quatro anos depois das quatro recessões anteriores, de acordo com dados do Citigroup Inc., o maior operador de câmbio do mundo.
“Alguns mercados emergentes não conseguiram aproveitar as recuperações econômicas nos países desenvolvidos”, disse James Lord, estrategista do Morgan Stanley em Londres, em entrevista telefônica no dia 14 de maio.
“Um forte crescimento das exportações nos mercados emergentes é a exceção, não a norma”.
Nova York - A decrescente dependência das importações nos Estados Unidos está minando a confiança nas moedas do mercado emergente.
O rali que ocorreu nos últimos três meses do real do Brasil à lira da Turquia será difícil de manter, pois a crescente autossuficiência dos EUA em energia, alimentos, maquinaria, químicos e bens industriais prejudica a demanda por remessas estrangeiras, de acordo com o Goldman Sachs Group Inc., o Morgan Stanley e o UBS AG.
Exceto três, as 23 principais moedas do mercado emergente recuarão até o fim do ano, preveem pesquisas da Bloomberg.
“O enfraquecimento das moedas do mercado emergente tem seus altos e baixos, mas a tendência mais duradoura será a baixa”, disse Bhanu Baweja, diretor em Londres de estratégia entre ativos para o mercado emergente no UBS, em entrevista telefônica no dia 14 de maio.
“Os mercados emergentes se beneficiaram com os desequilíbrios globais. O reequilíbrio global é a coisa certa a fazer, mas não será vantajoso para os mercados emergentes”.
A proporção de exportações provenientes de países em desenvolvimento está caindo em parte porque os EUA estão se tornando mais dependentes dos suprimentos domésticos para suas demandas de energia.
Isso está privando de moeda estrangeira países como a Argentina e a Turquia, em um momento em que o crescimento em algumas economias está desacelerando.
As exportações oriundas dos países em desenvolvimento aumentarão 5,1 por cento neste ano, ou 1,4 vezes o ritmo do crescimento econômico global, de acordo com estimativas do FMI.
A proporção mudou pouco em relação ao ano passado e se compara com uma média de 3,3 vezes na década que finalizou em 2012.
Pior desempenho
O peso da Argentina vai liderar as quedas, despencando aproximadamente 22 por cento até o fim do ano, de acordo com a média das previsões de 14 estrategistas consultados pela Bloomberg. O peso teve o pior desempenho entre os 24 pares do mercado emergente nos últimos três meses e enfraqueceu 3,3 por cento depois que as autoridades desvalorizaram a moeda em janeiro, enquanto a inflação aumentava e as reservas estrangeiras afundavam.
O real cairá cerca de 8 por cento, sinalizou outra pesquisa, enquanto a presidente Dilma Rousseff, que está buscando um segundo mandato de quatro anos, luta contra uma economia que cresce no ritmo mais lento da década e uma inflação que está se aproximando do limite superior do Banco Central, de 6,5 por cento.
A moeda brasileira teve o melhor desempenho desde 14 de fevereiro, pois subiu 7 por cento e atingiu a maior alta em cinco meses no dia 10 de abril, apoiada pelos aumentos na taxa de juros e pela especulação de que o Banco Central interviria para fortalecê-la.
Mais de 54 por cento das importações dos EUA em 2013 foram oriundas dos países em desenvolvimento, de acordo com os dados compilados pela Bloomberg.
Os EUA foram o quarto maior mercado para as exportações da Argentina, depois do Brasil, da União Europeia e da China. Os EUA foram responsáveis por 11 por cento do total das remessas brasileiras ao exterior.
Morgan Stanley possui uma recomendação de venda para as moedas do mercado emergente e aconselhou os clientes em um relatório do dia 12 de maio a se manterem underweight no rand da África do Sul. O UBS, o maior banco da Suíça, aconselha que seus clientes vendam o rand e o florim da Hungria.
Otimismo francês
O Société Générale SA, o segundo maior banco da França, está entre os otimistas que preveem mais ganhos para as moedas do mercado emergente.
“A balança do risco agora está inclinada para cima, especialmente porque estamos observando alguns focos de recuperação” na Europa central e na Ásia, disseram os analistas liderados por Benoit Anne, em Londres, em uma nota do dia 9 de maio.
A exceção
As importações dos EUA de maquinaria, químicos, bens manufaturados e alimentos aumentaram uma média de 2,3 por cento em 2013, frente a 9 por cento no ponto de quatro anos depois das quatro recessões anteriores, de acordo com dados do Citigroup Inc., o maior operador de câmbio do mundo.
“Alguns mercados emergentes não conseguiram aproveitar as recuperações econômicas nos países desenvolvidos”, disse James Lord, estrategista do Morgan Stanley em Londres, em entrevista telefônica no dia 14 de maio.
“Um forte crescimento das exportações nos mercados emergentes é a exceção, não a norma”.