Economia

Renzi diz que economia europeia está na direção equivocada

Premier italiano expressou sua confiança de que o BCE transmita uma mensagem que indique que a Europa é capaz de seguir em boa direção

Matteo Renzi: "temos que dizer claramente, a economia europeia não está na direção correta" (Reuters)

Matteo Renzi: "temos que dizer claramente, a economia europeia não está na direção correta" (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2015 às 11h25.

Davos - O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, disse nesta quarta-feira que a economia europeia está na direção equivocada, o que atribuiu ao discurso de austeridade, que não favorece o crescimento.

"Temos que dizer claramente, a economia europeia não está na direção correta. Cada continente, cada país fala em investir em crescimento, com exceção da zona do euro, que fala só de austeridade", lamentou Renzi em seu discurso no Fórum Econômico Mundial realizado na cidade suíça de Davos.

O político italiano foi o convidado de uma conversa intitulada "Liderança transformadora", durante a qual expressou sua confiança de que o Banco Central Europeu (BCE) transmita uma mensagem que indique que a Europa é capaz de seguir em boa direção.

"Eu respeito a independência do BCE, mas acho que a discussão que terá nos próximos dias pode ajudar a Europa a lançar a mensagem que vai em boa direção", recalcou em referência à expectativa que existe sobre a possibilidade que a entidade emissora anuncie amanhã um programa de compra em massa da dívida pública.

"Não somos unicamente uma comunidade econômica, não só somos o euro, uma divisa ou um orçamento, mas uma ideia que tem 70 anos e que forneceu paz e estabilidade", recalcou o primeiro-ministro da Itália.

Renzi comentou aos presentes que fez essa reflexão enquanto assistia a manifestação contra o terrorismo que após os recentes atentados em Paris e na qual participaram dezenas de líderes políticos de todo o mundo.

Em seu discurso na 45º edição do Fórum Econômico Mundial de Davos, Renzi esteve de acordo com os que defendem o manejo responsável dos orçamentos públicos e a redução da pressão fiscal, mas acrescentou que também é urgente pensar "em promover os investimentos públicos e privados".

Sobre a Itália, em particular, ressaltou que é preciso realizar reformas estruturais e prometeu que estas serão feitas, após citar medidas que vão nessa linha em matéria de emprego, uma reforma na tributação e mudanças no âmbito da justiça civil, com o objetivo de reduzir a burocracia.

Por outro lado, Renzi enfatizou a gravidade da situação na Líbia e lembrou que, se há dois anos a Otan decidiu intervir para "remover um líder perigoso, agora é um lugar desde onde é possível receber um ataque global".

"A instabilidade na Líbia pode ser um problema para a Europa", advertiu.

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