Economia

Rendimento do trabalho pode se recuperar em 2004

Mas, para isso, é preciso que a inflação seja mantida sob controle e continue o movimento de abertura de novas vagas; que não deve atenuar o desemprego, diz Ipea

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h34.

A massa salarial real vai entrar em um ciclo de crescimento, por causa de melhoras no nível médio de rendimento e ocupação. Isso não significa, porém, que haverá queda do desemprego. A conclusão consta de Análise do Mercado de Trabalho divulgada hoje (21/5) pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), ligado ao Ministério do Planejamento. De acordo com o texto de sete páginas, a massa salarial, variável-chave para o crescimento sustentável da economia, estava em março apenas 0,6% abaixo da verificada em mesmo mês do ano passado, devendo mostrar uma variação positiva, na comparação de 12 meses, já nos dados referentes a abril.

A análise afirma que é preciso separar a evolução da ocupação do comportamento da oferta de pessoas no mercado de trabalho. Quanto à ocupação, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou recentemente um crescimento de 0,4% em março, em relação a fevereiro, e 1,6% no trimestre em relação ao período janeiro-março de 2003. Além disso, diz o texto, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho "vem sinalizando um dinamismo considerável do emprego formal este ano, com um volume de cerca de 350 mil novas contratações no primeiro trimestre, o melhor resultado para esse período desde quando a apuração foi iniciada, em 1992".

Porém, ainda que a conjuntura futura de ocupação confirme a tendência positiva, não haverá necessariamente uma queda correspondente no desemprego. "Como os próximos meses são, tradicionalmente, de elevação da presença das pessoas no mercado de trabalho [procurando emprego], as boas perspectivas para o nível de ocupação dificilmente deverão se traduzir em diminuição do desemprego."

O estudo termina com um registro do comportamento dos rendimentos reais, mostrando que a variação positiva, a partir de janeiro, dos rendimentos nominais, aliada à continuidade da queda da inflação tornou possível que a remuneração deflacionada estivesse "apenas 2,4% abaixo da verificada em março do ano passado". 

Variações dos rendimentos em 12 meses (em %)
Ano Mês
Rendimentos Nominais
INPC
Rendimentos Reais

2003

Março

9,7
18,5
-7,2
 

Abril

9,9
19,4
-7,7
 

Maio

2,5
20,4
-14,7
 

Junho

3,4
19,6
-13,4
 

Julho

-1,3
18,3
-16,4
 

Agosto

1,2
17,5
-13,8
 

Setembro

0,3
17,5
-14,6
 

Outubro

-1,6
16,1
-15,2
 

Novembro

-1,9
12,8
-13,0
 

Dezembro

-3,4
10,4
-12,5

2004

Janeiro

1,6
8,6
-6,2
 

Fevereiro

1,0
7,5
-5,7
 

Março

3,7
6,6
-2,4

Fonte: IBGE/Elaboração Ipea

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