Economia

Renda do trabalho tem participação pequena na economia

Estudo feito pela Ipea mostra que a renda do trabalho na economia caiu quase cinco pontos entre 1995 e 2009

Na região Sudeste a participação da renda do trabalho na economia é a mais alta do país (Rogério Montenegro)

Na região Sudeste a participação da renda do trabalho na economia é a mais alta do país (Rogério Montenegro)

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Da Redação

Publicado em 8 de fevereiro de 2012 às 17h17.

Brasília – A renda do trabalho tem uma participação pequena na economia brasileira, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), intitulado Evolução da Parcela do Rendimento do Trabalho durante a Recente Estabilidade Monetária, divulgado hoje.

Segundo o estudo, entre 1995 e 2002, a participação da renda do trabalho na economia caiu 11,8%, passando de 48% em 1995 para 42,4% em 2002. Contudo, no período de 2002 a 2009, houve um aumento de 2,5% na participação da renda do trabalho, passando de 42,4% para 43,4%.

Entre as regiões, a Sudeste foi que a teve a maior participação da renda do trabalho na economia, 50,8%; já a Região Norte foi a que teve a menor participação da renda na economia, 6% em 2009. Apesar dessa diferença, nota-se que, no período, houve uma redução da distância entre os números da região com maior peso e a região com menor peso do quesito renda do trabalho na economia. Em 1995, a diferença entre as regiões Norte e Sudeste era 14,5 vezes e, em 2009, essa diferença passou para 8,5 vezes.

No período, também se pode ver uma desconcentração da participação da renda. As regiões com maior participação da renda do trabalho na economia reduziram sua participação, enquanto as regiões com menor peso aumentaram sua influência na economia como um todo.

Entre 1995 e 2002, a Região Sudeste diminui sua participação na renda em 3,8% e a Região Norte aumentou em 16,1%. No período de 2002 a 2009, a queda foi maior para o Sudeste, 6,9%. Na Região Norte, houve um aumento de 31,5%.

Segundo o presidente do Ipea, Marcio Pochmann, isso se deve a uma desconcentração da economia entre as regiões brasileiras. “O que notamos na primeira década do século 21 é uma descentralização da produção e das ocupações. As regiões onde mais cresceram os salários e a ocupação não são aquelas mais ricas, são as regiões Nordeste e Centro-Oeste do país”, disse.

O estudo mostra ainda que o movimento observado nas regiões também foi verificado nos estados. O Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo, estados tradicionalmente com maior participação na renda, demonstraram queda. Já estados como o Ceará, Rio Grande no Norte e Pará aumentaram sua participação.

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