Economia

Relator reduz para 6% alíquota para regularização de fundos exclusivos e offshores em 2023

Pedro Paulo (PSD-RJ) deixou de fora fim do Juros sobre Capital Próprio (JCP), alteração era cogitada

A partir do próximo ano, será calculado uma alíquota variável, de 15% a 20% sobre a renda, conforme o período que o recurso estiver investido (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

A partir do próximo ano, será calculado uma alíquota variável, de 15% a 20% sobre a renda, conforme o período que o recurso estiver investido (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 4 de outubro de 2023 às 08h31.

Última atualização em 4 de outubro de 2023 às 08h53.

O relator do projeto de lei que vai taxar fundos de investimentos dos super-ricos, Pedro Paulo (PSD-RJ), reduziu a alíquota que será cobrada para regularização das aplicações exclusivas e fundos offshores, de 10% para 6%.

Hoje, os fundos exclusivos só são tributados no resgate e têm, hoje em dia, a cobrança do chamado come-cotas, imposto que recai periodicamente sobre outros fundos. As offshore são tributadas apenas quando remitidas ao Brasil.

Caso a proposta seja aprovada, esses recursos investidos começarão a pagar taxa de imposto de renda periodicamente, assim como todos os fundos de investimentos utilizados pela classe média. Essa taxa de regularização de 6% será cobrada dos investidores que queiram adiantar o pagamento à Receita neste ano e recairá sobre o rendimento acumulado do fundo.

— Uma alíquota menor gera um incentivo maior para um estoque gigante. A Fazenda concordou — disse Pedro Paulo ao GLOBO.

Projeto de lei

O projeto de lei para taxação dos super-ricos é uma das prioridades do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para aumentar a arrecadação. O PL é resultado da união de duas propostas: uma medida provisória para tributação de fundos exclusivos e outra proposta de taxação das offshores, também enviada pelo governo. Dessa forma, um único projeto está tramitando. A previsão de arrecadação com ele era de até R$20 bilhoes, mas deve cair, já que houve alteração na alíquota de imposto.

Fundos ou aplicações exclusivas são fechados para alta renda e hoje só pagam Imposto de Renda no resgate. A partir do próximo ano, será calculado uma alíquota variável, de 15% a 20% sobre a renda, conforme o período que o recurso estiver investido.

Já para os fundos offshores, recursos investidos no exterior, o PL traz uma tributação de 15% sobre rendimentos entre R$ 6 mil e R$ 50 mil, e de 22,5% para aplicações acima de R$ 50 mil. A variação cambial de moeda estrangeira do investimento não será cobrada para fluxos de capital e em resgates de até US$ 5 mil.

— A tributação da variação cambial não vai ser tributada no fluxo, só no resgate — afirmou.

Pedro Paulo deixou de fora o fim do Juros sobre Capital Próprio, uma forma de distribuir lucro ao acionista que deduz esse valor do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica. Inicialmente, o governo propôs acabar com o JCP. O fim da modalidade tem sofrido resistência de empresários, que pressionam os deputados nos bastidores.

Por isso, o governo topou discutir uma forma de ajuste na dedução desse ganho, e não necessariamente o fim completo dele. O relator chegou cogitar a inclusão do JCP no mesmo projeto de lei dos super-ricos, com essa adaptação, mas não houve acordo.

— Vamos ter que tocar nesta feriada, mas vamos precisar discutir melhor. Vamos voltar a discutir logo isso. Mas junto com essas dois temas, resolvemos não, para não causar ruído.

O relator, assim como a liderança de governo, esperam que o projeto seja votado nesta quarta-feira, mas há resistência da oposição.

— Agora é com o presidente, vamos trabalhar as bancadas para ver se vota amanhã ou semana que vem

Acompanhe tudo sobre:TaxasGovernoeconomia-brasileira

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor