Economia

Reforma tributária: relator diz que profissionais liberais devem ter alíquota menor

Profissionais liberais, como advogados, engenheiros e contadores, podem ter regime diferenciado, segundo o relator

Eduardo Braga: Relatório deve ser protocolado amanhã (Pedro França/Agência Senado/Flickr)

Eduardo Braga: Relatório deve ser protocolado amanhã (Pedro França/Agência Senado/Flickr)

Publicado em 23 de outubro de 2023 às 14h02.

Última atualização em 23 de outubro de 2023 às 14h38.

O relator da reforma tributária, senador Eduardo Braga (MDB-AM), afirmou nesta segunda-feira, 23, que profissionais liberais terão um tratamento diferenciado. O foco são os profissionais que não se enquadram no regime Simples, que terão um aumento de carga tributária com o texto aprovado pela Câmara.

Braga se reuniu nesta segunda com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e equipe para repassar os principais pontos do relatório que será protocolado na noite de terça-feira 24, e lido na sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na quarta, 25, à tarde.

Braga explicou que se busca uma alternativa para os profissionais que não se enquadram no Simples, e citou como exemplos advogados, médicos, contadores ou engenheiros. "É que você tem aqueles que são esses profissionais e estão no Simples, e você tem aqueles que estão acima do Simples, e aí a carga tributária aprovada pela Câmara aumentava o tributos sobremaneira para esses profissionais. Então, é aquele ditado, 'nem tanto nem tão pouco'", explicou.

Segundo o senador, a alíquota ainda não está definida. "Há uma pretensão na proposta apresentada pela OAB e nós estamos com uma contraproposta", afirmou. Segundo Braga, a alíquota ainda não está definida. "Há uma pretensão na proposta apresentada pela OAB e nós estamos com uma contraproposta", afirmou.

Outra mudança proposta pelo relator é a incorporação ao texto da PEC a revisão a cada 5 anos dos regimes diferenciais, com a análise do custo benefício de cada um deles: “Acho que esse é um importante sinal para o mercado e para a Nação brasileira, de que o Congresso Nacional fará a revisão desses regimes diferenciados a cada 5 anos para ver se eles se justificam”.

Ampliação do Fundo de Desenvolvimento Regional 

O senador afirmou ainda que  o governo apresentou uma proposta para ampliação do Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR). Mesmo sem indicar qual será o valor, Braga disse que o FDR vai subir e será uma mudança importante implementada pelo Senado. "Estamos na fase final (das discussões sobre o FDR), há uma proposta em andamento, e uma contraproposta dos governadores. O governo federal apresentou uma proposta, eu já venho conversando com governadores sobre o tema. Se até amanhã à noite não houver um entendimento, vamos apresentar o texto com proposta que já foi consolidada com o governo", disse o senador.

Ele defende que quanto mais robusto for o fundo, mais robusta será a política de desconcentração da economia. Na proposta atual, o governo se compromete a fazer aportes de R$ 40 bilhões. Estados pedem que o montante suba para R$ 75 bilhões a R$ 80 bilhões. Braga ainda está finalizando mudanças para o critério de governança e distribuição do fundo.

O que é a reforma tributária?

O objetivo da Reforma Tributária é simplificar o sistema de impostos no Brasil. O projeto de lei unifica impostos federais, estaduais e municipais, além de buscar a redução de custos para empresas. Os dois tributos federais (PIS e Cofins) serão substituídos por uma Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), gerida pela União; e outros dois tributos (ICMS e ISS) pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), gerido por estados e municípios. Já o IPI vai virar um imposto seletivo.

Acompanhe tudo sobre:Reforma tributária

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor