O economista-chefe do Banco Safra afirmou que a reforma de R$ 500 bilhões de Temer não era ruim (Germano Lüders/Exame)
Estadão Conteúdo
Publicado em 10 de maio de 2019 às 17h46.
São Paulo - O economista-chefe do Banco Safra, Carlos Kawall, discorda do discurso segundo o qual uma reforma da Previdência abaixo do R$ 1 trilhão de economia defendido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, seria um fracasso."Uma reforma menor de R$ 1 trilhão não é um fracasso", disse Kawall, que participou nesta sexta-feira, 10, do Seminário Reforma da Previdência que o Centro Macro Brasil da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Para Kawall, a reforma de R$ 500 bilhões do ex-presidente Michel Temer (PMDB) não era ruim.
"Se tivesse sido aprovada a reforma do Temer, estaríamos agora correndo atrás de outras agendas", disse o economista do Safra. Mas ele reitera acreditar "que podemos conseguir uma reforma melhor que a do Temer".
No cenário do Banco Safra, a reforma da Previdência será aprovada de forma a trazer uma economia de R$ 700 bilhões a R$ 800 bilhões. Foi o que mostrou o economista-chefe do banco no seminário da FGV.
"É grande a possibilidade de uma reforma mais robusta que a do Temer", disse Kawall.
O Safra, de acordo com ele, assume que o salário mínimo será reajustado apenas pela inflação, contenção dos gastos com pessoal e encargos nos próximos anos e, a partir de 2022, pela metade da inflação.
Kawall disse ainda que o Pais poderá passar a ter um superávit primário a partir de 2022. Essa previsão considera uma taxa de juro neutro de 7% no longo prazo.
O economista prevê corte de juro neste ano, o que deve beneficiar a dinâmica da dívida à frente. "Considerando um crescimento de longo prazo de 2,5% e um juro de longo prazo de 7% teremos superávit", disse.
O Departamento Econômico do Safra fez contas considerando juro de 7% no longo prazo e chegou à conclusão de que a relação dívida/PIB chegaria a 71% em 2030.