Economia

Recuperar exportação de carnes pode levar até 5 anos, diz Maggi

O ministro declarou que estão trabalhando muito para que o problema fique restrito às 21 empresas

Operação Carne Fraca: países como o Japão e a China anunciaram restrições para a importação da carne brasileira (ABr)

Operação Carne Fraca: países como o Japão e a China anunciaram restrições para a importação da carne brasileira (ABr)

AB

Agência Brasil

Publicado em 22 de março de 2017 às 21h23.

Última atualização em 23 de março de 2017 às 12h23.

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi apresentou hoje (22) aos senadores os números do prejuízo que o Brasil pode ter no comércio internacional por causa das restrições à compra de proteínas brasileiras ocasionadas pela Operação Carne Fraca.

De acordo com ele, a recuperação do setor pode levar de três a cinco anos.

"Na exportação, se houver embargo, nós vamos levar de três a cinco anos para reconquistar esses mercados. Estamos trabalhando muito para que o problema fique restrito a essas 21 empresas, em um enfrentamento claro, direto, transparente, rápido e eficiente", afirmou, na audiência pública conjunta das comissões de Assuntos Econômicos e de Agricultura do Senado.

Maggi disse que vai defender no governo que ele e ministros de outras pastas que se relacionam com o tema utilizem os aviões da Força Aérea Brasileira para viajarem pelo mundo esclarecendo aos compradores que o sistema de controle sanitário brasileiro é confiável.

O ministro ressaltou ainda que não tem problemas com sua equipe de fiscais e que possui o "respaldo" dos servidores do ministério. Apesar disso, ele afirmou que existem disputas internas entre grupos diversos dentro da pasta, o que gera denúncias que, segundo ele, são sempre analisadas.

"Boatos sempre existem e sempre existiram", respondeu quando foi questionado pelos senadores Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Lasier Martins (PSD-RS) se, antes da operação, ele teve conhecimento de que havia irregularidades.

Operação Carne Fraca

A Operação Carne Fraca, deflagrada na sexta-feira (17) revelou esquema em que as empresas "maquiavam" carnes vencidas com ácido ascórbico e as reembalavam para conseguir vendê-las.

Fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento recebiam suborno para que autorizassem a comercialização dos produtos que já estavam impróprios para consumo.

Desde então, alguns países como o Japão e a China anunciaram restrições para a importação da carne brasileira.

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