São Paulo, 15 de abril (Portal EXAME) O Brasil reciclou 87% de todas as latas de alumínio consumidas no ano passado. Pelo segundo ano consecutivo o país deve manter a liderança mundial em reciclagem do produto entre os países onde essa prática não é obrigatória. Em 2001, quando o índice foi de 85%, o Brasil conquistou o primeiro lugar, superando o Japão. Em julho o Japão deve divulgar os dados referentes ao ano passado, mas a Associação Brasileira do Alumínio (Abal) acredita que o Brasil mantenha a liderança.

A coleta e reciclagem das latas de alumínio movimentam cerca de 850 milhões de reais por ano e envolvem aproximadamente 2 mil empresas. De acordo com estimativas da Abal, 150 mil brasileiros vivem exclusivamente da coleta de latas de alumínio.

Em 2002, 121,1 mil toneladas de latas de alumínio foram recicladas, o equivalente a 9 bilhões de unidades. Isso representa um crescimento de 2,6% sobre o volume reciclado em 2001. Desde 1998, quando o Brasil superou os Estados Unidos (63% contra 55%), o índice brasileiro vem registrando crescimento médio de 10% ao ano.

São cerca de 6 mil pontos de compra de sucata de alumínio espalhados pelo país. De acordo com dados do Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), o preço médio de venda da tonelada do produto era 3 mil reais em janeiro, na Grande São Paulo, enquanto a sucata de papel branco era cotada a 400 reais a tonelada e a garrafa pet, 630 reais a tonelada.

Além do benefício ecológico, reduzindo a extração de bauxita e poupando espaço nos aterros sanitários, a reciclagem das latas de alumínio proporciona economia no consumo de energia. Quando se produz alumínio com o material reciclado, utiliza-se apenas 5% da energia necessária para a produção do produto a partir do alumínio na sua fase primária. Na prática, isso representa uma economia de 1.700Gwh/ano, o equivalente a 0,5% de toda a energia gerada no Brasil. É o que consome uma cidade de um milhão de habitantes, como Campinas, no interior de São Paulo.