Economia

Reajuste da gasolina vai depender dos rumos da inflação

O Banco Central previu alta de 5% para o preço da gasolina, mas a desvalorização cambial tornou a expectativa defasada


	Bombas de gasolina: o maior fator de risco para a inflação e para as contas da Petrobras é o câmbio
 (©afp.com / Patrick Kovarik)

Bombas de gasolina: o maior fator de risco para a inflação e para as contas da Petrobras é o câmbio (©afp.com / Patrick Kovarik)

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Da Redação

Publicado em 16 de agosto de 2013 às 10h06.

Brasília - O governo avalia a possibilidade de um aumento dos combustíveis, mas a decisão sobre o momento e o porcentual de reajuste depende do comportamento da inflação nos próximos meses.

No início deste ano, o Banco Central previu alta de 5% para o preço da gasolina, mas a desvalorização cambial dos últimos meses tornou defasada essa expectativa. Hoje o Conselho de Administração da Petrobrás se reúne, em São Paulo, mas não foi confirmada a discussão sobre o aumento.

Do lado do governo, a decisão sobre o reajuste da gasolina não está tomada. Por isso mesmo, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, rebateu na quinta-feira, 15, a necessidade de elevação dos preços recorrendo ao fato de que a Petrobras apresentou um lucro superior a R$ 6 bilhões no segundo trimestre.

O maior fator de risco para a inflação e para as contas da Petrobras é o câmbio, que apresenta desvalorização de quase 15%, segundo estudos da equipe econômica. Estaria, em tese, próximo ao nível de desvalorização de 20%, apontado pelo BC como de efeito preocupante sobre a economia por causa do impacto estimado de 1 ponto porcentual na inflação.


Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, alertou para o fato de que uma desvalorização de 20% do câmbio seria "um caminhão de inflação".

A definição do porcentual para a alta da gasolina está diretamente relacionada também ao efeito inflacionário da variação cambial. O BC tem administrado a taxa de câmbio para evitar uma desvalorização acelerada, diante do movimento de capitais no mercado internacional, que ainda reage ao ritmo dos Estados Unidos para retirada dos estímulos monetários da economia norte americana.

Os estudos técnicos procuram corrigir a discrepância de cenários, como o divulgado no Relatório Trimestral de Inflação em 27 de junho. Nessa época, o BC estimava o dólar a R$ 2,10 e a taxa de juros, a Selic, em 8% ao ano, em um texto que já corrigia previsão de fim de março, quando o dólar estava a R$ 1,95 e a Selic, em 7,25% ao ano. Atualmente, os juros estão em 8,5% e o câmbio, em R$ 2,34.

Na quinta-feira, 16, os rumores de um reajuste de combustíveis continuaram surgindo na Bolsa, e levaram os investidores, sobretudo estrangeiros, a comprar papéis da Petrobrás. A ação ON teve alta de 5,89% e a PN, de 5,19%. Também ontem o Bradesco revisou para cima sua projeção para a inflação deste ano 2013 0,15 ponto porcentual, de 5,75% para 5,9%. A elevação já considera um aumento dos combustíveis. Colaboraram Cláudia VIOLANTE e Aline Bronzati. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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