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Quem vai ganhar a corrida da maconha: Estados Unidos ou Canadá?

Mercado da cannabis está em franca ascensão e vizinhos tentam cada um explorar as suas potencialidades

Canadá libera o uso recreativo de maconha (Carlos Osorio/Reuters)

João Pedro Caleiro

Publicado em 3 de dezembro de 2018 às 14h12.

Última atualização em 3 de dezembro de 2018 às 14h32.

Uma questão-chave surgiu à medida que os investidores injetavam bilhões de dólares no setor de maconha : serão as empresas americanas ou as canadenses que vão ganhar a corrida pela supremacia da cannabis?

As empresas no Canadá autorizadas a cultivar e vender maconha têm uma vantagem inicial, graças à legalização do uso para adultos pelo governo em outubro. Elas são bem financiadas e estão divulgando sua capacidade de exportar maconha medicinal para os países que estão flexibilizando suas restrições.

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Mas a população do Canadá é menor do que a da Califórnia e o mercado de maconha legalizada dos EUA já é maior do que o do seu vizinho do norte e, segundo estimativas, poderia ser dez vezes maior.

De uma maneira geral, os EUA são o lugar onde marcas e fortunas crescem, e não há razão para pensar que será diferente com a cannabis, apesar da atual proibição federal.

“Nós vamos ter um grande setor de cannabis aqui, mas aqueles que, por qualquer razão, pensaram que o Canadá fosse dominar o mundo da cannabis, podem desistir, porque isso nunca teve uma base real”, disse Afzal Hasan, presidente da Origin House, com sede em Ottawa, no Canadá.

Veja aqui uma comparação entre o Canadá e os EUA para os investidores.

Canadá

Existem 133 produtores licenciados (LP, na sigla em inglês) no Canadá que receberam autorização do governo para cultivar e vender maconha nos mercados medicinal e recreativo.

Os maiores são Canopy Growth, Tilray, Aurora Cannabis e Aphria, cujo valor de mercado combinado é de quase US$ 30 bilhões. Uma grande vantagem tem sido o acesso fácil ao dinheiro, uma vez que os mercados de capital canadenses dominam o financiamento e as listagens de ações do setor.

O risco para os produtores de maconha canadenses é o de eles se tornarem apenas agricultores e produzirem uma commodity de baixa margem, enquanto seus primos americanos colhem os benefícios financeiros -- incluindo margens de lucro maiores -- de vender marcas reconhecidas.

As leis do Canadá proíbem a maior parte do marketing e do branding, um obstáculo para as empresas que tentam se conectar com os consumidores.

Hasan, da Origin, resume assim: “Nós não somos tão agressivos, competitivos e capitalistas quanto os do sul da fronteira.”

EUA

As empresas de maconha mais valiosas que operam nos EUA são conhecidas como “operadoras multiestaduais” -- empresas que adquiriram licenças para cultivar, distribuir e vender nos estados dos EUA que legalizaram algum tipo da cannabis.

Entre elas estão a Acreage Holdings e a Curaleaf Holdings, que levantaram mais de US$ 700 milhões combinados nas últimas semanas por meio de colocações privadas quando abriram seus capitais no Canadá.

“Há um enorme mercado potencial que está avançando rapidamente para a legalização”, disse Andrew Kessner, analista da William O’Neil. No entanto, as ações dos produtores dos EUA são atualmente “muito menos líquidas”, o que pode ser um problema para investidores de grande porte.

As 10 maiores empresas do ramo em valor de mercado até 27/11: em azul as canadenses e em laranja as norte-americanos (Divulgação)

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