Economia

Queda no preço da gasolina deve aliviar o IPCA, diz economista

A Petrobras anunciou nesta sexta-feira (30) a redução do preço médio nas refinarias do diesel e da gasolina

Gasolina: o combustível recuou 5,9% (Paulo Whitaker/Reuters/Reuters)

Gasolina: o combustível recuou 5,9% (Paulo Whitaker/Reuters/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de junho de 2017 às 20h27.

São Paulo - A redução de 5,9% no preço médio da gasolina nas refinarias provavelmente não será repassada integralmente para o consumidor, avalia a economista e sócia da Tendências Consultoria Integrada Alessandra Ribeiro.

Segundo ela, normalmente metade da queda é repassada para o varejo, o que, segundo seus cálculos, daria um alívio de 0,10 ponto porcentual no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

"Supondo que mais ou menos metade desse recuo atinge o consumidor, ou seja, 2,8%, o efeito é de 0,10 ponto", diz.

A Petrobras ainda anunciou nesta sexta-feira, 30, a redução do preço médio nas refinarias do diesel, de 4,8%. Se o recuo for transferido totalmente para o varejo, a estatal estima queda de 2,7%, ou cerca de R$ 0,08 por litro, em média.

Já o recuo de 5,9% da gasolina, se repassado na íntegra para o consumidor, o declínio estimado é de 2,4% ou R$ 0,09 por litro, em média.

"Já quanto ao recuo do diesel, vai atingir os preços ao longo da cadeia", afirma, ao referir-se ao impacto que tende a ser mais diluído e afetar mais os índices gerais de preços (IGPs).

O anúncio da Petrobras foi feito no mesmo dia da divulgação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que mudou a bandeira tarifária de verde (sem cobrança extra) para amarela, que adiciona R$ 2 por quilowatt/hora na fatura de energia elétrica.

Segundo Alessandra, o efeito de queda da gasolina praticamente anula o impacto de alta da bandeira amarela, que pode chegar a 0,15 ponto porcentual.

Contudo, a projeção para o IPCA de 2017 da Tendências prossegue em 3,6%. "Altera mais a projeção para o mês. A princípio não deve mudar à luz desses eventos.

A estimativa para o dado do ano também depende de outras variáveis, como câmbio. Por enquanto, vamos manter a expectativa", explica.

Para o IPCA de junho, a Tendências aguarda deflação de 0,15% e inflação de 0,32% para o IPCA de julho.

Bandeira amarela

A nova redução dos preços da gasolina nas refinarias deve limitar, para os consumidores, o impacto da mudança de bandeira tarifária na energia elétrica, de verde para amarela, no IPCA de julho, segundo o economista da Rosenberg Associados, Leonardo França Costa.

Nas contas de França Costa, a queda da gasolina pode produzir alívio de 0,08 ponto porcentual no IPCA de julho.

"Se o efeito for repassado integralmente, o que não tem acontecido", pondera. Em contrapartida, a mudança de bandeira na energia elétrica deve trazer pressão adicional altista de 0,14 ponto porcentual.

Acompanhe tudo sobre:CombustíveisGasolinaIPCAÓleo diesel

Mais de Economia

Qual estado melhor devolve à sociedade os impostos arrecadados? Estudo exclusivo responde

IPCA-15 de novembro sobe 0,62%; inflação acumulada de 12 meses acelera para 4,77%

Governo corta verbas para cultura via Lei Aldir Blanc e reduz bloqueio de despesas no Orçamento 2024

Governo reduz novamente previsão de economia de pente-fino no INSS em 2024