Economia

Queda do rendimento do trabalhador preocupa mais, diz ABC

O rendimento, que já havia caído no mês de junho, voltou a encolher 0,9% em julho, segundo o IBGE


	Carteira vazia: a baixa foi provocada pela alta da inflação e do dólar 
 (Getty Images)

Carteira vazia: a baixa foi provocada pela alta da inflação e do dólar  (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 22 de agosto de 2013 às 11h25.

São Paulo - A preocupação relacionada ao mercado de trabalho não passa, pelo menos por enquanto, pela redução da taxa de emprego ou pelo aumento do desemprego, mas sim pela redução do rendimento médio real, que já havia caído no mês de junho e voltou a encolher 0,9% em julho, segundo números divulgados nesta quinta-feira, 22, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A avaliação é da economista Mariana Hauer, do Banco ABC Brasil, que comentou há pouco a taxa de desemprego do mês passado, divulgada nesta manhã.

De acordo com a economista, o problema maior da redução do rendimento médio real do trabalhador - provocada pela alta da inflação e do dólar - não se dará de imediato. "Ela ocorre num terceiro estágio", diz a economista, acrescentando que, quando este momento chegar, lá pelo ano que vem, o consumo cairá, a indústria produzirá ainda menos, isso afetará a atividade como um todo e os empresários acelerarão as demissões.

Antecedente

A taxa de desemprego, no entanto, ficou em 5,6% em julho, abaixo dos 6% registrados em junho, num movimento contrário ao de menor criação de vagas com carteiras assinadas segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que em julho anotou a abertura de apenas 41.463 vagas.

No mercado, segundo o AE Projeções, os analistas esperavam que o Caged fosse registrar a abertura de 70 mil a 138.800 vagas e que a taxa de desemprego do IBGE variasse de 5,60% a 6,20%. "A taxa de desemprego do IBGE veio abaixo do que quase todo mundo esperava e o Caged, pior", disse Mariana.

De acordo com a economista, quando se observa a taxa média de desemprego, a de julho, de 5,6%, não é muito diferente da do ano passado, que foi de 5,4%. Mas, apesar de não usar os dados do Caged para fazer suas previsões de desemprego, Mariana o considera um indicador antecedente da pesquisa do IBGE como sinalizador da dinâmica do mercado de trabalho.

Neste sentido, de acordo com ela, a tomar como base o menor número de abertura de vagas com carteira assinada em julho, a taxa de desemprego tende a aumentar nos próximos meses. "Se temos um saldo líquido de empregos formais e o sinal é de menos admissões e mais demissões, a taxa de desemprego vai aumentar", disse Mariana.

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