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Programa Pró-Brasil deve ficar pronto entre agosto e setembro, diz Mourão

Vice-presidente afirmou que o resgate da economia é prioridade do governo Bolsonaro e que é necessário ter equilíbrio nas medidas para conter o coronavírus

Mourão enfatizou que o governo segue comprometido com o ajuste das contas públicas (Ueslei Marcelino/Reuters)

Isabela Rovaroto

Publicado em 13 de maio de 2020 às 13h12.

Última atualização em 13 de maio de 2020 às 13h59.

O programa Pró-Brasil, que prevê investimentos do governo em obras públicas como forma de retomar a atividade econômica após a pandemia do coronavírus, deve ficar pronto entre agosto e setembro, disse nesta quarta-feira o vice-presidente da República, Hamilton Mourão .

"Como parte do planejamento do que podemos chamar de day after da pandemia, o governo federal tem entre seus projetos o programa Pró-Brasil, que vem sendo elaborado sob coordenação da Casa Civil, já teve suas duas primeiras reuniões e deverá estar pronto entre o final de agosto e o início de setembro", disse Mourão em transmissão online com a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira.

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Mourão enfatizou que o governo do presidente Jair Bolsonaro segue comprometido com o ajuste das contas públicas e disse que o Pró-Brasil prevê tanto investimentos públicos em obras como também parcerias com a iniciativa privada.

Coordenado pelo ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, que assim como Mourão também vem do meio militar, o anúncio do Pró-Brasil incomodou o ministro da Economia, Paulo Guedes, que é contrário a um maior gasto do governo com obras, preferindo a concessão delas ao setor privado.

Equilíbrio na contenção do coronavírus

O vice-presidente afirmou que o resgate da economia é prioridade da atual gestão. Ao lado de preservar a economia, ele disse que a saúde do brasileiro também está no foco das preocupações, sobretudo para baixar a curva de contaminação e das mortes. "É necessário buscar equilíbrio entre contenção da doença e retomada da economia", frisou.

Segundo Mourão, as medidas que estão sendo tomadas pelo governo Bolsonaro — como a destinação de recursos para empresas e trabalhadores — não significa que o equilíbrio macroeconômico será deixado de lado. "Buscar estabilidade macro é fundamental para o Brasil crescer de forma sustentável."

Parceiros comerciais

Mourão afirmou que é preciso buscar aproximação com os parceiros comerciais sem as barreiras ideológicas ou culturais. Ele voltou a destacar a importância das relações com os países árabes, ressaltando que o país tem relações estratégicas com essas nações, construídas ao longo dos anos.

Indagado sobre acordos bilaterais, Mourão falou que o Mercosul apresenta problemas por causa da grave crise econômica que atinge a Argentina. "Ela praticamente se retirou da mesa das negociações bilaterais, isso complica as negociações, precisamos reorganizar o Mercosul até porque as relações políticas estão contaminadas, temos de trazer novamente a Argentina para o jogo."

Para o vice-presidente, não se pode abandonar a integração do Mercosul, a despeito dos problemas que a Argentina enfrenta, pois os países deste bloco são grandes produtores de alimentos.

No evento, Mourão disse também que a atual crise não afetou a fronteira agrícola, pois estados são menos afetados pela pandemia. "Nosso agronegócio é um caso de sucesso", disse, citando a alta tecnologia utilizada no setor. "O Brasil está comprometido com a cooperação comercial com os países árabes, temos relações estratégicas com essas nações, construídas ao longo dos anos, com fluxo que no ano passado totalizou mais de 12 bilhões de dólares, o terceiro parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China e dos Estados Unidos."

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