Economia

Professores de Bangladesh fazem greve de fome por salários dignos

O governo paga o salário mínimo de Bangladesh, cerca de US$ 180 por mês, aos professores de instituições privadas

Bangladesh: Cerca de 80 mil profissionais do ensino trabalham sem receber dinheiro do Estado (Allison Joyce/Getty Images)

Bangladesh: Cerca de 80 mil profissionais do ensino trabalham sem receber dinheiro do Estado (Allison Joyce/Getty Images)

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EFE

Publicado em 2 de janeiro de 2018 às 14h52.

Daca - Centenas de professores de escolas particulares de Bangladesh estão em greve de fome há três dias para exigir apoio econômico do governo e reivindicar sua inclusão em um programa de salários públicos.

"Nos últimos 12 anos, estive trabalhando sem receber e vivendo em condições desumanas. É melhor morrer aqui do que voltar para casa com as mãos vazias", disse um dos manifestantes, Sohrab Hossain, professor em uma madraça (escola corânica) da região de Barisal, no sul de Bangladesh.

Shorab contou que recebe pouco mais de US$ 12 (cerca de R$ 40) por mês da administração da madraça como salário, o que o obriga a dar aulas particulares e a trabalhar em uma loja para complementar sua renda.

O governo paga o salário mínimo de Bangladesh, cerca de US$ 180 por mês, aos professores de instituições privadas incluídas no Programa de Pagamentos Mensais (MPO).

Cerca de 80 mil profissionais do ensino trabalham em 5.242 instituições sem receber dinheiro do Estado, alguns deles há décadas, denunciou Binoy Bhusan Roy, secretário-geral da Federação de Professores e Trabalhadores de Escolas Não Incluídas no MPO.

O problema, segundo Roy, é que desde 2010 o governo não inscreveu novas escolas e universidades no programa, que conta hoje com 26 mil centros educacionais.

O ministro de Educação, Nurul Islã Nahid, garantiu, em uma visita ao local do protesto, que não incluíram mais instituições privadas por falta de recursos.

Nahid anunciou ainda que o titular de Finanças, Abul Maal Abdul Muhith, deu sinal verde para a liberação de recursos, notícia que não alegrou os manifestantes.

"Não podemos aceitar só suas palavras porque queremos um anúncio formal com uma data específica", ressaltou Roy.

Quatro manifestantes receberam atendimento médico básico no Hospital Universitário de Daca devido ao protesto, embora nenhum tenha sido internado, segundo afirmou à Agência Efe uma porta-voz da polícia do centro de saúde de Bacchu Mia.

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