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Professora da FGV defende revisão do modelo de reajuste do mínimo

Pelo Orçamento da União para 2012 enviado ao Congresso, o salário mínimo em vigor deverá ser corrigido em 13,6%, passando para R$ 619,21, a partir de janeiro de 2012

Sessão de votação do reajuste do salário mínimo: para a especialista, o reajuste para o próximo ano será muito elevado “para um momento tão difícil da situação mundial” (Renato Araújo/Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2011 às 14h42.

Brasília - O método de reajuste do salário mínimo deve ser revisto, na avaliação da professora de economia da Fundação Getulio Vargas (FGV) Virene Matesco. Pelo Projeto de Lei do Orçamento da União para 2012 enviado ao Congresso Nacional, o salário mínimo em vigor deverá ser corrigido em 13,6%, passando de R$ 545 para R$ 619,21, a partir de janeiro de 2012.

O valor seguiu acordo firmado entre o governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva com as centrais sindicais e tem como regra para o reajuste anual do salário mínimo a inflação do ano anterior e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Por essa fórmula, o mínimo de 2012 considera a inflação de 2011 mais o crescimento do PIB de 2010.

Para Virene, o reajuste para o próximo ano será muito elevado “para um momento tão difícil da situação mundial”. Para ela, o percentual de aumento deveria ser discutido a cada ano, levando em consideração a situação fiscal e econômica do país. A professora avalia que o método “é uma herança maldita de indexação da economia”.

Já o professor de economia da Universidade de Brasília (UnB) Newton Ferreira Marques vê algo de positivo com o reajuste. Ele considera a correção prevista para o próximo ano “substancial e que não acontecia há muito tempo no país”, mesmo ainda longe de ser o valor ideal.

“Antigamente, falava-se que um salário de US$ 100 seria interessante porque a gente superaria países como o Paraguai. Hoje, se a gente imaginar que o dólar ficará a R$ 1,60, temos esse salário mínimo de R$ 619,21. Isso dá quase US$ 400”, disse.

O professor entende também que não existe nenhum reajuste de salários ou preços que possa ser feito de uma única vez sem levar em consideração outros fatores. “Seria um aumento muito forte e muitos setores da economia não suportariam um reajuste maior”. Ele citou como exemplo as famílias que pagam empregados domésticos.

Outro exemplo, segundo ele, são os estados e municípios que pagam seus funcionários com as receitas provenientes da arrecadação de impostos. Newton Ferreira, que participou de entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, perguntou se a sociedade suportaria um aumento grande de impostos para que o salário mínimo fosse maior.

Para o professor, administrar um país é uma arte, porque é preciso atender a diversas reivindicações de vários setores, sem esquecer de “privilegiar uma ordem econômica que não traga tantos transtornos para o país.

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Brasília - O método de reajuste do salário mínimo deve ser revisto, na avaliação da professora de economia da Fundação Getulio Vargas (FGV) Virene Matesco. Pelo Projeto de Lei do Orçamento da União para 2012 enviado ao Congresso Nacional, o salário mínimo em vigor deverá ser corrigido em 13,6%, passando de R$ 545 para R$ 619,21, a partir de janeiro de 2012.

O valor seguiu acordo firmado entre o governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva com as centrais sindicais e tem como regra para o reajuste anual do salário mínimo a inflação do ano anterior e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Por essa fórmula, o mínimo de 2012 considera a inflação de 2011 mais o crescimento do PIB de 2010.

Para Virene, o reajuste para o próximo ano será muito elevado “para um momento tão difícil da situação mundial”. Para ela, o percentual de aumento deveria ser discutido a cada ano, levando em consideração a situação fiscal e econômica do país. A professora avalia que o método “é uma herança maldita de indexação da economia”.

Já o professor de economia da Universidade de Brasília (UnB) Newton Ferreira Marques vê algo de positivo com o reajuste. Ele considera a correção prevista para o próximo ano “substancial e que não acontecia há muito tempo no país”, mesmo ainda longe de ser o valor ideal.

“Antigamente, falava-se que um salário de US$ 100 seria interessante porque a gente superaria países como o Paraguai. Hoje, se a gente imaginar que o dólar ficará a R$ 1,60, temos esse salário mínimo de R$ 619,21. Isso dá quase US$ 400”, disse.

O professor entende também que não existe nenhum reajuste de salários ou preços que possa ser feito de uma única vez sem levar em consideração outros fatores. “Seria um aumento muito forte e muitos setores da economia não suportariam um reajuste maior”. Ele citou como exemplo as famílias que pagam empregados domésticos.

Outro exemplo, segundo ele, são os estados e municípios que pagam seus funcionários com as receitas provenientes da arrecadação de impostos. Newton Ferreira, que participou de entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, perguntou se a sociedade suportaria um aumento grande de impostos para que o salário mínimo fosse maior.

Para o professor, administrar um país é uma arte, porque é preciso atender a diversas reivindicações de vários setores, sem esquecer de “privilegiar uma ordem econômica que não traga tantos transtornos para o país.

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