Economia

Produtividade no comércio cresce 3,9%, diz IBGE

Média anual da produtividade comercial cresceu entre 2007 e 2011 devido, entre outros fatores, a valorização do salário mínimo


	Vendedora separa peça de roupa em loja do comércio do Rio de Janeiro: para o IBGE, o comércio varejista, entre 2007 e 2011, assegurou um desempenho positivo ao total do comércio brasileiro
 (REUTERS/Sergio Moraes)

Vendedora separa peça de roupa em loja do comércio do Rio de Janeiro: para o IBGE, o comércio varejista, entre 2007 e 2011, assegurou um desempenho positivo ao total do comércio brasileiro (REUTERS/Sergio Moraes)

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Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2013 às 11h48.

Rio de Janeiro - Entre 2007 e 2011, a produtividade do trabalho no comércio registrou crescimento de 3,9% na média anual. No mesmo período, o crescimento real anual médio de valor adicionado ficou em 10,7%, acima do aumento médio anual do número de pessoas ocupadas, que foi de 6,5%. O valor adicionado das empresas inclui as várias receitas (bruta, liquida, financeira) e gastos, inclusive despesas operacionais.

As informações constam da Pesquisa Anual do Comércio (PAC), divulgada hoje (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na avaliação da técnica de informação da Coordenadoria de Serviços e Comércio, Clician Oliveira, a atividade foi favorecida no período, entre outros fatores, pela valorização do salário mínimo.

"Em média, o comércio brasileiro teve crescimento real do valor adicional acima do número de pessoas ocupadas. Isso significa que, de 2007 a 2011, houve valorização do salário mínimo e políticas de transferência de renda. É um período que se observa o aumento do rendimento médio do brasileiro", disse.

O comércio varejista registrou elevação acima da média da PAC (6,3%). Segundo a técnica, dentro do varejo, as atividades que se destacaram foram as dos hiper e supermercados, e dentros destes o item eletrodomésticos.

"No varejo o pano de fundo é o mesmo. Aumento da renda, valorização do salário mínimo, aumento do crédito, melhores condições do mercado de trabalho. O varejo neste período sempre teve comportamento melhor do que o do atacado. Dentro do varejo há comportamento diferenciados: os destaques são os equipamentos de informática e itens de farmácia. Esses dois setores tiveram comportamento mais dinâmico", disse.


Para o IBGE, o comércio varejista, entre 2007 e 2011, "assegurou um desempenho positivo ao total do comércio brasileiro. No período, o consumo das famílias apresentou significativa contribuição às fases de crescimento da economia e representou importante instrumento para enfrentar a crise e a desaceleração do crescimento, principalmente ao ser associado a medidas de desoneração fiscal", informou a nota técnica da Pesquisa Anual do Comércio.

Já no atacado, os destaques ficaram com produtos alimentícios, bebidas e fumo, combustíveis e lubrificantes. No período, a pesquisa apontou que houve dinamismo heterogêneo entre as atividades, que em grande parte teve variação do valor adicionado maior do que a de pessoas ocupadas e, portanto, indicou diferentes intensidades no crescimento da produtividade.

O cadastro da pesquisa tem um universo de 2 milhões de empresas. A amostra total conta com 76 mil 300 empresas, sendo que o estrato que faz a pesquisa equivalente a um censo, correspondeu às 58,3 mil empresas com 20 pessoas ocupadas." Em termos gerais, desde a década de 80, o setor de serviços vem evoluindo. Os motivos são variados, o que comprovoa que houve heterogeneidade e a dinâmica do serviço.

Na década de 80 e no início da década de 90 havia uma dinâmica, agora é outra. Pelo método atual, há na atividade de serviços atividades que se desenvolveram da metade do século 20 até 2011. “Houve diversificação de produtos e de ocupações e a evolução da economia sempre depende do setor de serviços. De 2007 até 2011 o comércio, no caso do Brasil, apresenta dinamismo", concluiu a técnica.

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