A produção brasileira de aço bruto deve alcançar 31 milhões de toneladas neste ano. O volume é 1,8% menor que o obtido no ano passado. De acordo com o Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS), a queda de produção deve-se, sobretudo, às perdas do primeiro semestre, quando a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) interrompeu as atividades de seu alto-forno 3 em janeiro, por causa de um acidente no equipamento. A CSN reativou o alto-forno no final de junho.

O setor, porém, mostra-se mais atento a outra expectativa: a de crescimento do consumo aparente - composto pela soma da produção e das importações, menos as exportações. O consumo aparente deve crescer 12,4% neste ano, totalizando 18,9 milhões de toneladas de aço. De acordo com o IBS, isso indica a retomada do mercado interno, puxado pela construção civil e pelo setor automotivo - grandes consumidores de aço. As vendas internas da produção brasileira devem chegar a 17,9 milhões de toneladas - uma alta de 11,3%. Já as importações - o outro componente do consumo aparente - chegarão a 2,09 milhões de toneladas, um salto de 176,5%. Para o IBS, o incremento deve-se à necessidade de suprir o mercado interno, durante a interrupção da produção da CSN no primeiro semestre, e à taxa de câmbio favorável, que incentiva a importação de alguns produtos siderúrgicos.

Já as exportações devem terminar o ano com uma queda de 1,6% em volume - o equivalente a um total de 12,3 milhões de toneladas. A receita com vendas externas projetada para 2006 é de 6 bilhões de dólares - 7,7% menor que a do ano passado. O IBS atribui o recuo das exportações ao aquecimento do mercado interno, considerado prioritário pelas siderúrgicas.