Energia: previsão de carga para 2014, por exemplo, caiu 1,8%, dos 65.917 MWmed estimados em maio para 64.710 (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 8 de agosto de 2014 às 14h06.
Brasília - A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou nesta sexta-feira uma revisão para baixo da carga do sistema elétrico brasileiro para o período de 2014 a 2018 pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o que reduzirá o preço da energia de curto prazo.
Segundo a Aneel, a projeção de demanda menor de energia terá um efeito de redução de 160 reais por megawatt-hora (MWh) no Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) já para a semana que vem.
O PLD é o preço que baliza as operações do mercado de curto prazo. A redução ocorre em um momento em que o governo federal fecha mais um empréstimo, dessa vez de 6,6 bilhões de reais, para ajudar as distribuidoras a pagar a conta da compra de energia no mercado de curto prazo.
Segundo o diretor da Aneel Reive Barros, relator do caso, o pedido do ONS para fazer as novas projeções de carga decorre da revisão para baixo, pelo Banco Central, do crescimento médio anual do PIB de 4,4 para 3,5 por cento para os próximos quatro anos. No total, a revisão indica queda de 7.551 megawatts médios na projeção de carga do país.
A previsão de carga para 2014, por exemplo, caiu 1,8 por cento, dos 65.917 MWmed estimados em maio para 64.710. Para 2015, a demanda esperada foi reduzida em 2,4 por cento, para 66.773 MWmed, ante os 68.420 esperados anteriormente. Em 2016, a revisão foi 2,3 por cento, para 69.545 MWmed.
Para 2017, a Aneel autorizou a redução da estimativa em 2 por cento, para 72.574 MWmed. Em 2018, a carga deve ficar em 75.711 MWmed, previsão 1,9 por cento abaixo da anterior.
"Isso equivale a quase uma usina de Santo Antônio por ano", disse Reive, referindo-se à geração média anual estimada para a hidrelétrica do Rio Madeira.
Segundo ele, pelo cronograma, a revisão das expectativas de carga ocorreria em setembro, mas foi antecipada para incorporar a revisão do PIB.
"Se nós tivéssemos uma perspectiva de crescimento acima dos 4,4 por cento, também teria sido feito", disse Reive, explicando que o regulamento permite revisões extraordinárias da base de cálculos quando surge um fato relevante, como é o caso da mudança nas perspectiavs de crescimento do PIB.
A Aneel, porém, negou pleito do ONS para que a aplicação da revisão da carga nas contas fosse retroativa, o que poderia levar a correção de valores do PLD passados.
"Descartamos retroagir, a regra não permitre retroagir", disse.
Segundo o diretor, o efeito da redução do PLD no futuro ainda estará sujeito a outros fatores, como nível de represas de hidrelétricas e chuvas, por exemplo.