Economia

Previdência aberta pode crescer até 15%, diz FenaPrevi

Segundo a representante do setor, a indústria brasileira de fundos abertos de previdência deve fechar 2014 com alta de 10%, e a expectativa para 2015 é parecida


	Notas de real: de janeiro a novembro de 2014, as contribuições somaram R$ 72,4 bilhões
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Notas de real: de janeiro a novembro de 2014, as contribuições somaram R$ 72,4 bilhões (Marcos Santos/USP Imagens)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de janeiro de 2015 às 19h40.

São Paulo - A indústria brasileira de fundos abertos de previdência deve fechar 2014 com alta de cerca de 10 por cento na captação de recursos e a expectativa é de desempenho parecido neste ano, segundo Osvaldo Nascimento, presidente da FenaPrevi, que representa o setor.

De janeiro a novembro de 2014, as contribuições somaram 72,4 bilhões de reais, alta de 11,1 por cento sobre mesma etapa de 2013. Mantido o ritmo, o crescimento do ano passado terá sido o segundo seguido de expansão menor atividade, após seis anos consecutivos evoluindo entre 15 e 30 por cento.

Segundo o executivo, o desempenho do segmento reflete o ambiente econômico mais adverso, incluindo menor crescimento e mudança nas taxas de juros. "Tem sido um período desafiador", disse Nascimento em entrevista à Reuters.

Desde abril de 2013, quando o Banco Central começou um ciclo de alta de juros, pressionando a rentabilidade de títulos públicos, principais aplicações dos fundos de previdência, as captações perderam força. Após alta de 31,5 por cento em 2012, o ritmo caiu para 4 por cento no ano seguinte.

Ainda assim, o setor previdenciário tem conseguido um desempenho razoável se comparado mesmo com outros segmentos da indústria financeira. Nesta semana, a Anbima informou que a indústria brasileira de fundos de investimento teve em 2014 resgates líquidos de 1,1 bilhão de reais, o pior resultado do setor em seis anos.

"O mercado financeiro é bastante interligado; toda vez que há um cenário adverso ou expectativa de mudanças na gestão da economia, há uma contaminação", disse Nascimento. Em novembro apenas, os depósitos somaram 5,6 bilhões de reais em novembro, alta de 43,6 por cento ante igual mês de 2013. Os planos individuais tiveram ingresso líquido de 7,4 bilhões, enquanto os empresariais receberam 704,9 milhões.

Com isso, a carteira de investimentos do setor fechou o mês com 433,8 bilhões de reais, expansão de 17,9 por cento em 12 meses. Por tipo de produto, a carteira de VGBL subiu 23,5 por cento, enquanto o PGBL avançou 12,8 por cento e os planos tradicionais ficaram estáveis em 50,8 bilhões de reais.

Para o executivo, 2015 também será um ano difícil, mas os ajustes anunciados pela nova equipe econômica vão gradualmente restaurar a confiança de pessoas e empresas na queda da inflação, o que tende a restaurar o apetite por investimentos de prazos mais longos.

Nesse aspecto, a possível tributação de produtos de prazos menores e alta liquidez, como letras de crédito imobiliário e do agronegócio seria positiva, disse, pois estimularia uma migração de recursos para o longo prazo.

"Abrimos o ano com uma perspectiva melhor. Podemos crescer as captações em até 15 por cento neste ano", acrescentou.

A principal meta da FenaPrevi para este ano é finalmente saia a revisão da resolução 3308, editada em 2005 pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Entre outros fatores, o texto trata da análise do perfil de risco de clientes, adequando o investimento individual à volatilidade.

A revisão, que já teria aval da Susep, que regula o setor previdenciário, e do Ministério da Fazenda, também daria maior flexibilidade para que os fundos invistam em novas classes de ativos e os limites de alocação dos fundos, o que aproximaria a previdência privada das regras dos fundos de pensão.

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraPrevidência privadaSetor de previdência

Mais de Economia

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE

China e Brasil: Destaques da cooperação econômica que transformam mercados