Economia

Previdência: 1º teste de Guedes na Câmara termina em bate-boca e palavrões

Francischini encerrou a sessão após discussão entre Guedes e Zeca Dirceu; ministro da Economia foi chamado de "Tchutchuca" pelo petista

Paulo Guedes defende a reforma da Previdência na Câmara: ministro teve embate direto com os oposicionistas (Adriano Machado/Reuters)

Paulo Guedes defende a reforma da Previdência na Câmara: ministro teve embate direto com os oposicionistas (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de abril de 2019 às 21h44.

Última atualização em 3 de abril de 2019 às 21h56.

Brasília - Acabou em briga e troca e palavrões o primeiro teste do ministro da Economia, Paulo Guedes, na audiência pública na Comissão de Constituição de Constituição e Justiça (CCJ) sobre a reforma da Previdência. Depois de seis horas e meia de sessão com sucessivos bate-bocas com a tropa da oposição, o ministro caiu na provocação do deputado Zeca Dirceu (PT-PR) que o acusou de ser "tigrão" com os aposentados, idosos de baixa renda e agricultores, mas "Tchutchuca" com privilegiados do Brasil.

O ataque do petista, filho do ex-ministro, José Dirceu, levou à explosão final de Guedes que reagiu com destempero fora do microfone: "Tchutchuca é a mãe, é a sua avó". Zeca começou as críticas perguntando a razão pela qual Guedes começou as reformas com a da Previdência e não alterações que afetassem os banqueiros.

Discussão-CCJ

Parlamentares e ministros discutiram durante CCJ na Câmara (Cleia Viana/Agência Câmara)

A partir daí, o clima ficou insustentável e o presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), teve que acabar com a audiência. Sem experiência e com apenas 27 anos, ele não conseguiu conduzir com firmeza a audiência. Por várias vezes, a alta tensão e a gritaria dominaram a audiência.

Acusado de mentiroso, rentista do mercado financeiro e cruel por querer formar uma "legião de pobres" com a capitalização da Previdência, Guedes partiu para um embate direto com os oposicionistas, com ironias e ataques aos dois governos do PT.

Um dos momentos mais tensos foi quando os deputados se intrometeram na sua resposta à pergunta do deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) sobre a idade que as empregadas domésticas se aposentam.

Com fúria, o ministro questionou os parlamentares da oposição: "Por que vocês não botaram imposto sobre dividendos, por que deram dinheiro para a JBS?". Se voltando para os parlamentares, Guedes rebateu: "Nós estamos há três meses e vocês tiveram 18 anos (de poder) e não tiveram coragem de mudar".

Houve reação dos deputados atacados por Guedes. Diante da gritaria, Guedes reagiu: "A Casa não está me respeitando. A Casa não me dá o direito de falar".

Guedes foi em frente com as críticas e disse que eram fake news a informação de que no Chile havia muitos suicídios por conta da Previdência.

O bate-boca recomeçou quando Guedes falou que era caso de internação de quem não via a necessidade de reforma. O que se seguiu foi nova explosão dos deputados.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosPaulo GuedesReforma da Previdência

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor