Pressão sobre BCs é risco para inflação, diz FMI
O relatório é um capítulo que fará parte do relatório de Perspectivas Econômicas Mundiais, que será divulgado dia 15 na reunião do Fundo em Washington
Da Redação
Publicado em 9 de abril de 2013 às 17h52.
Londres - A pressão política dos governos sobre os bancos centrais é um dos maiores riscos para uma disparada da inflação. O alerta é de um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgado nesta terça-feira, que defende a independência dos BCs como uma das armas para manter os preços sob controle.
A independência dos bancos centrais é uma das formas de passar maior credibilidade aos agentes sobre o comprometimento para controlar a inflação e, com isso, garantir que as expectativas dos agentes sobre os preços futuros ficarão firmemente ancoradas, destaca o relatório do FMI.
Para mostrar como a inferência política pode comprometer o controle de preços, o estudo do FMI avalia dois casos opostos nos anos 70, os Estados Unidos e a Alemanha.
O caso alemão é considerado um exemplo bem-sucedido de controle de preços, com o banco central independente fazendo as políticas necessárias.
Já o dos EUA é o contrário. Com crescente pressão de Washington para a redução das altas taxas de desemprego no país, o Federal Reserve não conseguiu fazer a política adequada para controlar a inflação naquele momento. Nesse cenário, os agentes não conseguiam ancorar suas expectativas sobre os preços futuros.
"A comparação desses dois países deveria servir como um importante lembrete sobre os riscos à inflação decorrentes da pressão política e limitada independência do banco central", conclui a análise do FMI.
O relatório é um capítulo que fará parte do relatório de Perspectivas Econômicas Mundiais, que será divulgado no próximo dia 15 na reunião de primavera do Fundo em Washington. Este capítulo não faz menção ao Brasil.
Emergentes
Em entrevista coletiva, o diretor do Departamento de Pesquisa do FMI, Jorg Decressin, reafirmou que os países emergentes precisam ter bancos centrais independentes na prática, livres de pressões políticas e comprometidos com o controle da inflação.
Questionado sobre se o Brasil tem um banco central de fato independente, o economista preferiu não responder. Decressin frisou que o que importa é a independência na prática, já que muitos bancos centrais já tiveram independência "de jure", ou seja, garantida por lei, e acabaram sofrendo muitas pressões de governo, impedindo maior controle da inflação.
Na coletiva, os economistas do FMI destacaram que as políticas atuais dos bancos centrais, de estímulo da economia via compra de ativos no mercado financeiro, como está ocorrendo nos Estados Unidos, Europa e Japão, não devem gerar maiores pressões inflacionárias nesta fase de recuperação da economia mundial.
Londres - A pressão política dos governos sobre os bancos centrais é um dos maiores riscos para uma disparada da inflação. O alerta é de um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgado nesta terça-feira, que defende a independência dos BCs como uma das armas para manter os preços sob controle.
A independência dos bancos centrais é uma das formas de passar maior credibilidade aos agentes sobre o comprometimento para controlar a inflação e, com isso, garantir que as expectativas dos agentes sobre os preços futuros ficarão firmemente ancoradas, destaca o relatório do FMI.
Para mostrar como a inferência política pode comprometer o controle de preços, o estudo do FMI avalia dois casos opostos nos anos 70, os Estados Unidos e a Alemanha.
O caso alemão é considerado um exemplo bem-sucedido de controle de preços, com o banco central independente fazendo as políticas necessárias.
Já o dos EUA é o contrário. Com crescente pressão de Washington para a redução das altas taxas de desemprego no país, o Federal Reserve não conseguiu fazer a política adequada para controlar a inflação naquele momento. Nesse cenário, os agentes não conseguiam ancorar suas expectativas sobre os preços futuros.
"A comparação desses dois países deveria servir como um importante lembrete sobre os riscos à inflação decorrentes da pressão política e limitada independência do banco central", conclui a análise do FMI.
O relatório é um capítulo que fará parte do relatório de Perspectivas Econômicas Mundiais, que será divulgado no próximo dia 15 na reunião de primavera do Fundo em Washington. Este capítulo não faz menção ao Brasil.
Emergentes
Em entrevista coletiva, o diretor do Departamento de Pesquisa do FMI, Jorg Decressin, reafirmou que os países emergentes precisam ter bancos centrais independentes na prática, livres de pressões políticas e comprometidos com o controle da inflação.
Questionado sobre se o Brasil tem um banco central de fato independente, o economista preferiu não responder. Decressin frisou que o que importa é a independência na prática, já que muitos bancos centrais já tiveram independência "de jure", ou seja, garantida por lei, e acabaram sofrendo muitas pressões de governo, impedindo maior controle da inflação.
Na coletiva, os economistas do FMI destacaram que as políticas atuais dos bancos centrais, de estímulo da economia via compra de ativos no mercado financeiro, como está ocorrendo nos Estados Unidos, Europa e Japão, não devem gerar maiores pressões inflacionárias nesta fase de recuperação da economia mundial.