Pressão pela Previdência
A equipe econômica do governo adotou nesta segunda-feira um tom duro para defender a necessidade da reforma da Previdência. Em um evento sobre o tema, no Rio de Janeiro, os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmaram que, se a reforma não passar neste, ano a economia continuará no buraco e […]
Da Redação
Publicado em 10 de abril de 2017 às 18h54.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h32.
A equipe econômica do governo adotou nesta segunda-feira um tom duro para defender a necessidade da reforma da Previdência. Em um evento sobre o tema, no Rio de Janeiro, os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmaram que, se a reforma não passar neste, ano a economia continuará no buraco e os direitos dos aposentados serão cortados num futuro próximo. “A solução lá na frente será muito pior”, afirmou Meirelles. Oliveira acrescentou que, sem mudanças, em dez anos a Previdência vai responder por 80% das contas, inviabilizando o governo.
O discurso vem dias depois de o presidente Michel Temer ter aberto mão de pontos importantes da proposta original, como aliviar a aposentadoria rural e também a de professores e militares. No total, esses pontos poderiam reduzir a economia com a reforma em 115 bilhões de reais ao longo de dez anos. Na semana passada o governo também piorou a meta de déficit primário em 2018, para 129 bilhões de reais — mais um sinal de que a pressão política estava levando vantagem na queda de braço com a economia.
Meirelles disse que o governo está discutindo soluções com os governadores sobre as finanças que viabilizem reformas previdenciárias estaduais. Mas afirmou que não vai sacrificar o ajuste fiscal para ajudar estados endividados. Oliveira tocou em outro ponto polêmico ao afirmar que o governo quer uma reforma para os militares “o mais próxima possível” da proposta feita ao restante da população.
A reforma dos militares não entrará no relatório que está sendo elaborado pelo deputado Arthur Maia (PPS/BA) e que deve ficar pronto na semana que vem. Segundo Oliveira, o objetivo é que o texto seja pouco modificado no Congresso. “Não adianta sermos inflexíveis e depois inviabilizar a aprovação”, disse. A pressão da equipe política só fará crescer nos próximos dias.