Especialista acredita que BC deve manter aperto monetário e repetir a dose de mais 0,75 p.p. na Selic (.)
Da Redação
Publicado em 17 de junho de 2010 às 11h33.
Brasília - A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) divulgada nesta quinta-feira (17) não trouxe surpresas, uma vez que o mercado já esperava o diagnóstico sobre o aquecimento da economia, avalia Monica Baumgarten de Bolle, da Galanto Consultoria. "Era indubitável que isso acontecesse, principalmente depois do resultado do PIB do primeiro trimestre", explica.
Segundo Monica, o risco de aceleração da inflação prejudica o cenário para 2011, mas a situação de 2010 já está estabelecida. "A preocupação do BC é de fato com um descolamento das expectativas para o ano que vem e, por enquanto, elas estão surpreendentemente bem comportadas. Para este ano não há muito mais o que a política monetária consiga fazer", disse ela.
Apesar de a ata do Copom ter aumentado o tom de preocupação com a situação do cenário internacional, Monica acredita que, até agora, os acontecimentos externos não estão influenciando na economia brasileira. "Mesmo que o cenário internacional fique muito pior, a aceleração de demanda interna mais que sobrepõe esses efeitos". Já para 2011, a visão da consultora é pessimista. "Ano que vem é outra história, pois o mundo vai vivenciar uma freada mais forte da economia", alerta.
De acordo com Monica Baumgarten de Bolle, a tendência para os próximos encontros do comitê é de manutenção do aperto monetário. A economista prevê mais um aumento de 0,75 ponto percentual na Selic na reunião de julho, repetindo os dois últimos resultados do Copom.