Economia

Premiê grego procura apoio da UE a plano de austeridade

ATENAS, 3 de março (Reuters) -O gabinete da Grécia aprovou um novo e extenso programa de austeridade fiscal nesta quarta-feira, o terceiro em meses, com o objetivo de controlar o exorbitante déficit orçamentário do país e garantir um auxílio financeiro europeu. Um porta-voz do governo disse que o pacote, de cortes na remuneração do setor […]

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Da Redação

Publicado em 3 de março de 2010 às 11h05.

ATENAS, 3 de março (Reuters) -O gabinete da Grécia aprovou um novo e extenso programa de austeridade fiscal nesta quarta-feira, o terceiro em meses, com o objetivo de controlar o exorbitante déficit orçamentário do país e garantir um auxílio financeiro europeu.

"Nós estamos, agora, justificadamente, esperando a solidariedade da UE", disse o primeiro-ministro grego, George Papandreou, em uma conversa televisionada com o presidente Karolos Papoulias, acrescentando que as medidas adicionais são necessárias para a sobrevivência do país.

As medidas incluem aumento do imposto sobre valor agregado em 2 pontos percentuais, para 21 por cento, corte dos bônus salariais do setor público em 30 por cento, elevação dos impostos sobre combustível, fumo e álcool, assim como congelamento das aposentadorias neste ano.

A Grécia está sob pressão da União Europeia e dos mercados financeiros para cumprir a promessa de reduzir o seu déficit orçamentário para 8,7 por cento do PIB neste ano, de 12,7 por cento em 2009. Porém, inspetores da UE estimaram que o plano de austeridade anunciado até aquele momento não seria suficiente devido a uma recessão maior que o esperado.

Papandreou disse ao gabinete que se a UE não der ajuda financeira agora, a Grécia tem a opção de recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI), informou um ministro após a reunião.

Falando a colegas de partido na terça-feira, Papandreou comparou a crise fiscal do país a uma guerra e disse que teria que tomar medidas rígidas.

Toda a Europa estará ameaçada, ele disse, se a Grécia falhar em tomar essas decisões para reduzir a dívida de 300 bilhões de euros, equivalente a 125 por cento do PIB.

"O alívio no mercado aberto foi imediato após a Grécia anunciar as medidas... Isso aumenta a chance deles (Grécia) de atravessar esses problemas", afirmou Peter Chatwell, estrategista do Crédit Agricole CIB.

"EXPLOSÃO SOCIAL"
O principal sindicato do setor público, que convocou outra greve de 24 horas em 16 de março, prometeu lutar contra as novas medidas.

"Nós estaremos nas ruas com toda a nossa força. Eu temo que haverá uma explosão social", disse o secretário geral do sindicato, Ilias Iliopoulos, à Reuters. "As pessoas vão começar a passar fome logo."

Cerca de 500 aposentados se reuniram no centro de Atenas e marcharam ao ministério das Finanças no primeiro protesto contra as novas medidas.

Pesquisas de opinião, porém, sugerem que o governo conta com o apoio da maioria da população para o seu plano de contenção de gastos.

A Grécia precisa tomar emprestado ou refinanciar cerca de 53 bilhões de euros neste ano, incluindo 20 bilhões entre 20 de abril e o final de maio.

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