Bandeiras da Grécia (D) e da União Europeia: "Desde que foi anunciado o referendo, nos fizeram novas propostas que respondemos com propostas alternativas", diz Tsipras (Yves Herman/Reuters)
Da Redação
Publicado em 1 de julho de 2015 às 15h27.
Atenas - O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, pediu nesta quarta-feira em mensagem transmitida pela televisão o voto no 'não' no referendo que será realizado no próximo domingo sobre a proposta dos credores internacionais para o resgate financeiro do país, mas ressaltou que não se cogita abrir mão do euro, pois o governo tem a "firme" intenção de chegar a um acordo com os parceiros de União Europeia.
Tsipras fez esta declaração em mensagem transmitida pela televisão poucas horas antes da reunião extraordinária de ministros de Economia e Finanças da zona do euro, via teleconferência, para analisar a última proposta grega.
"O referendo de domingo não é sobre a permanência da Grécia na zona do euro. Essa está certa. Trata-se de aceitar ou não a proposta dos credores", disse o primeiro-ministro, que se mostrou disposto a continuar com as negociações e chegar a um acordo.
"Desde que foi anunciado o referendo, nos fizeram novas propostas que respondemos com propostas alternativas", acrescentou.
O premiê afirmou também que se no encontro do Eurogrupo (instituição informal que reúne os ministros de Economia e Finanças da zona do euro) que será realizado hoje houver um "resultado positivo", que considere "socialmente justo", seu governo responderá "imediatamente".
"Temos que dizer aos aposentados que lutamos por eles, para que recebam um benefício justo, e não uma gorjeta", ressaltou Tsipras.
Os aposentados estão sofrendo especialmente com o fechamento dos bancos, pois muitos deles não têm cartão de crédito, e até hoje, dia em que foram abertas mil filiais em todo o país para atendê-los, não conseguiram fazer saques.
Tsipras declarou ainda que o feriado bancário imposto pelo governo na segunda-feira é "temporário" e que os depósitos dos cidadãos estão garantidos.
"Sou ciente das dificuldades e farei todo o possível para que sejam temporárias", disse o também líder do partido Syriza.
O primeiro-ministro culpou círculos ultraconservadores pelo fechamento dos bancos e disse que não podia imaginar que "a Europa democrática não daria tempo e espaço a um povo para decidir de forma soberana seu futuro".