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Preços recordes do milho do Brasil encolhem criações

Em abril, o governo aliviou limites à importação de milho para ajudar a atender a demanda interna, mas os preços permanecem acima de 53 reais por saca

Plantação de milho: ele estimou que os custos mínimos de produção estão ao menos 50% mais altos (thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2016 às 10h20.

São Paulo - Os persistentes preços recordes do milho do Brasil, o segundo exportador mundial do grão, estão levando produtores de suínos a abater matrizes e processadores de carnes de aves a fechar unidades.

Os Estados do Sul do país, grandes produtores de aves e suínos, foram os mais atingidos pela subida dos preços da principal matéria-prima da ração, com fechamentos de pelo menos três unidades de abate, disse o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra.

Até 15% da capacidade de produção de carne suína e de aves está fechada no maior exportador de carne de frango do mundo e o quarto maior exportador de carne de porco, estimou ele. Isso representa 225 mil toneladas de produção ao mês.

A situação afeta toda a indústria de carne, que está demitindo trabalhadores e perdendo dinheiro, em meio a uma crise econômica do país, que sofre sua pior recessão desde 1930.

"O preço das coxas de frango no supermercado é de 5 reais por quilo. Isso mal paga a água para produzir a carne", disse à Reuters o presidente Aurora Alimentos, Mário Lanznaster, que comanda a terceira maior companhia produtora de carne de porco e aves do Brasil.

Ele estimou que os custos mínimos de produção estão ao menos 50% mais altos.

A empresa vai reduzir a produção em 8% com férias coletivas de um turno em agosto em sua planta de Abelardo Luz (SC), e vai fechar as operações de toda a unidade em setembro seas condições não melhorarem.

O maior produtor global de carnes, JBS, e omaior exportador mundial de carne de frango, BRF, aumentaram os preços no mercado doméstico pela segunda vez este ano para tentar compensar o aumento de custos.

Perdendo dinheiro

Os processadores de porco e de frango do Brasil estão perdendo dinheiro por meses com uma escassez interna inesperada no milho que empurrou os preços locais para níveis recordes.

Como o real desabando em relação ao dólar no ano passado, os comerciantes e exportadores venderam quantidades recordes do grão no exterior, deixando a indústria local com preços estratosféricos da matéria-prima.

Em abril, o governo aliviou limites à importação de milho para ajudar a atender a demanda interna, mas os preços permanecem acima de 53 reais por saca.

Alguns produtores de suínos em Mato Grosso estão abatendo matrizes, disse recentemente à Reuters o secretário-adjunto de Agricultura do Estado, Alexandre Possebon.

A associação dos produtores de carne de porco afirmou que os produtores estão reduzindo a inseminação de suínos de 10 a 15%.

A Averama Alimentos, que abate 280.000 aves por dia em suas duas unidades, informou que os preços recordes para o grão a forçaram a fechar sua operação maior em Umuarama, no Sul do país.

As companhias agora contam com um alívio da oferta devido à chegada da segunda safra, cuja colheita deve se intensificar em mais algumas semanas.

"Mas vai demorar um pouco para os preços caírem", disse o especialista em carnes da Safras & Mercado, Fernando Iglesias.

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São Paulo - Os persistentes preços recordes do milho do Brasil, o segundo exportador mundial do grão, estão levando produtores de suínos a abater matrizes e processadores de carnes de aves a fechar unidades.

Os Estados do Sul do país, grandes produtores de aves e suínos, foram os mais atingidos pela subida dos preços da principal matéria-prima da ração, com fechamentos de pelo menos três unidades de abate, disse o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra.

Até 15% da capacidade de produção de carne suína e de aves está fechada no maior exportador de carne de frango do mundo e o quarto maior exportador de carne de porco, estimou ele. Isso representa 225 mil toneladas de produção ao mês.

A situação afeta toda a indústria de carne, que está demitindo trabalhadores e perdendo dinheiro, em meio a uma crise econômica do país, que sofre sua pior recessão desde 1930.

"O preço das coxas de frango no supermercado é de 5 reais por quilo. Isso mal paga a água para produzir a carne", disse à Reuters o presidente Aurora Alimentos, Mário Lanznaster, que comanda a terceira maior companhia produtora de carne de porco e aves do Brasil.

Ele estimou que os custos mínimos de produção estão ao menos 50% mais altos.

A empresa vai reduzir a produção em 8% com férias coletivas de um turno em agosto em sua planta de Abelardo Luz (SC), e vai fechar as operações de toda a unidade em setembro seas condições não melhorarem.

O maior produtor global de carnes, JBS, e omaior exportador mundial de carne de frango, BRF, aumentaram os preços no mercado doméstico pela segunda vez este ano para tentar compensar o aumento de custos.

Perdendo dinheiro

Os processadores de porco e de frango do Brasil estão perdendo dinheiro por meses com uma escassez interna inesperada no milho que empurrou os preços locais para níveis recordes.

Como o real desabando em relação ao dólar no ano passado, os comerciantes e exportadores venderam quantidades recordes do grão no exterior, deixando a indústria local com preços estratosféricos da matéria-prima.

Em abril, o governo aliviou limites à importação de milho para ajudar a atender a demanda interna, mas os preços permanecem acima de 53 reais por saca.

Alguns produtores de suínos em Mato Grosso estão abatendo matrizes, disse recentemente à Reuters o secretário-adjunto de Agricultura do Estado, Alexandre Possebon.

A associação dos produtores de carne de porco afirmou que os produtores estão reduzindo a inseminação de suínos de 10 a 15%.

A Averama Alimentos, que abate 280.000 aves por dia em suas duas unidades, informou que os preços recordes para o grão a forçaram a fechar sua operação maior em Umuarama, no Sul do país.

As companhias agora contam com um alívio da oferta devido à chegada da segunda safra, cuja colheita deve se intensificar em mais algumas semanas.

"Mas vai demorar um pouco para os preços caírem", disse o especialista em carnes da Safras & Mercado, Fernando Iglesias.

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