Economia

Preços do leite, feijão e café caíram em janeiro, diz Dieese

Esses produtos tiveram redução na maioria das capitais pesquisadas


	Jarra e copo de leite: no caso do leite, o produto registrou recuo em todas as cidades pesquisadas
 (Zsuzsanna Kilian / Stock Xchng)

Jarra e copo de leite: no caso do leite, o produto registrou recuo em todas as cidades pesquisadas (Zsuzsanna Kilian / Stock Xchng)

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Da Redação

Publicado em 6 de fevereiro de 2014 às 13h01.

São Paulo - Os preços do leite, feijão e café apresentaram as maiores quedas de preços em janeiro e tiveram redução na maioria das capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

No caso do leite, o produto registrou recuo em todas as cidades pesquisadas, com as maiores quedas verificadas em Campo Grande (-13,38%), Porto Alegre (-10,33%), Natal (-9,35%) e Brasília (-6,93%).

Segundo o Dieese, o comportamento dos preços do leite pode ser explicado por conta do período de safra. Apesar do desempenho de janeiro, em 12 meses, o preço do leite acumulou altas de 22,85% em Recife, 21,05% em Belém, 18,00% em João Pessoa e 16,94% em Fortaleza. Apenas em Florianópolis foi verificada retração (-8,53%).

O feijão também foi um produto que registrou queda de preços em 13 das 18 capitais pesquisadas em janeiro. O item teve o maior recuo em Campo Grande (-17,82%), Goiânia (-10,20%), Fortaleza (-10,13%) e Manaus (-9,15%). Nas cidades em que houve aumento de preços, o destaque foi Belo Horizonte (15,01%).

Para o Dieese, a explicação também está na safra do feijão irrigado "que abasteceu grande parte do mercado interno e reduziu os preços do grão".

No acumulado (de fevereiro de 2013 a janeiro de 2014), o preço do quilo do feijão caiu em 10 cidades, com taxas que chegaram a -27,76% em São Paulo, -27,74% em Goiânia, -27,52% em Fortaleza, -27,39% em João Pessoa e -25,27% em Natal. As maiores altas foram apuradas em Florianópolis (26,44%) e Porto Alegre (21,18%).


O café, por sua vez, registrou queda nos preços da cesta básica em 12 cidades em janeiro. As maiores quedas foram registradas em Manaus (-4,44%) e Vitória (-3,02%). Já a maior elevação foi apurada em Goiânia (4,93%).

Apesar do comportamento de queda, o Dieese afirma que o calor excessivo pode prejudicar as lavouras e elevar o preço do grão nos próximos meses. Em 12 meses, o café registrou queda de preços em 17 capitais, sendo Aracaju (1,53%) a única que teve aumento do preço.

Pressão de alta

Produto com maior peso na composição da cesta básica, a carne bovina ficou mais cara em 14 das 18 capitais pesquisadas, sendo que Brasília (6,94%), Vitória (5,83%) e Florianópolis (5,00%) foram as localidades que registraram as maiores altas.

As quatro capitais que tiveram recuo no preço em janeiro foram: Manaus (-2,96%), Natal (-0,79%), Belém (-0,22%) e Aracaju (-0,07%). Na comparação anual, os preços subiram em 17 capitais, e a única exceção foi Manaus (-2,21%).

Para o Dieese, as condições adversas das pastagens "devido à falta de chuvas e a elevação do preço dos insumos aumentaram os custos ao produtor que, somado à ampliação do consumo do produto, elevaram o preço do bem", explicou, em nota.

Outros itens que mostraram alta em quase todas as capitais foram: farinha de trigo (que em 12 meses acumulou aumentos que variaram entre 46,81% em Campo Grande e 22,67% em Vitória) e o pão francês, que mostrou elevação de 23,50% em Florianópolis e 20,16% em Campo Grande, item que ficou mais caro em todas as capitais no ano.


O arroz também apresentou queda nos preços em janeiro em 13 cidades, porém na comparação anual ficou mais barato em 16 capitais, estável no Rio de Janeiro e mais caro apenas em Manaus (4,82%). As maiores quedas foram verificadas em Aracaju (-33,99%) e Salvador (-23,25%).

Salário Mínimo

De acordo com a estimativa do Dieese, com base nos números da Pesquisa Nacional da Cesta Básica em 18 capitais, o salário mínimo deveria ter sido de R$ 2.748,22 em janeiro para suprir as necessidades básicas do trabalhador brasileiro e de sua família.

A instituição leva em conta o custo apurado para a cesta básica mais cara no período, a de Vitória, de R$ 327,13, e o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deve suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

Pelas contas do Dieese, portanto, o menor salário deveria ser 3,80 vezes o valor do mínimo de R$ 724 que passou a vigorar em 1º de janeiro de 2014. Em janeiro de 2013, o valor necessário para atender às despesas de uma família era de R$ 2.674,88, ou seja, 3,95 vezes o salário mínimo então em vigor (R$ 678,00).

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