Economia

Preço dos combustíveis deverá cair, diz Sindicom

Para o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis, a queda se justifica pela entrada da nova safra de etanol e a normalização dos estoques nos postos

Segundo sindicato, o preço dos combustíveis deve diminuir nos próximos dias em alguns dos principais centros e ao longo das próximas semanas em todo o país (John Gress/EXAME.com)

Segundo sindicato, o preço dos combustíveis deve diminuir nos próximos dias em alguns dos principais centros e ao longo das próximas semanas em todo o país (John Gress/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de maio de 2011 às 08h41.

Rio de Janeiro - Com a entrada da nova safra de etanol e a normalização dos estoques nos postos de combustíveis de todo o país, a tendência é que os preços comecem a cair ainda esta semana nas bombas. A afirmação foi feita à Agência Brasil pelo vice-presidente executivo do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), Alísio Vaz.

“Os estoques já estão normalizados e é possível até que o etanol que tem chegado aos postos já venha com menores preços. Portanto, a tendência é que os consumidores já comecem a sentir a queda no preço do álcool hidratado e da gasolina nos próximos dias em alguns dos principais centros e ao longo das próximas semanas em todo o país”.

Alísio Vaz adiantou que com a entrada da nova safra da cana-de-açúcar, o preço do etanol anidro já caiu R$ 1 nas duas últimas semanas, o que certamente vai influenciar e apressar a queda dos preços.

Para o vice-presidente do Sindicom, houve um certo mal-entendido em relação ao aumento do preço da gasolina nas últimas semanas, que acabou gerando informações e discussões conflitantes e até acusações de formação de cartel por parte dos postos de combustíveis.

“O que houve foi que os preços do etanol atingiram patamares inéditos e o repasse deles para a gasolina afetou os preços nas bombas. A alta foi consequência do efeito da entressafra e houve esse mal-entendido de associar a qualquer movimento especulativo ou de formação de cartel”, avaliou.

Pelas contas do Sindicom, o etanol anidro - que é misturado na proporção de 25% à gasolina - saiu de um patamar de R$ 1,24 no início de janeiro para R$ 2,70 no fim de abril – uma alta de 120%.

Esse aumento acabou levando a uma elevação de R$ 0,30 a R$ 0,40 no preço final da gasolina, que saltou de R$ 2,60 para R$ 2,91 entre janeiro e a última semana.

“A equação é simples e não há mistério: a safra foi curta, os preços aumentaram porque os estoques eram pequenos e o consumidor pagou mais caro em proporção ao aumento nas usinas”.

Como o etanol anidro é 25% da composição da gasolina e se ele aumentou R$ 1,46 desde o início do ano, um quarto desse valor poderia aparecer no preço da gasolina, o que dá R$ 0,36. Pela pesquisa da Agência Nacional do Petróleo (ANP), entre o início do ano e a semana passada o aumento médio da gasolina nas bombas foi de R$ 0,31. “O que está dentro da expectativa”, disse Vaz.

Para o Sindicom, é importante ressaltar o fato de que, apesar da entressafra, em nenhum momento chegou a haver risco de desabastecimento e os estoques, que chegaram a levar os postos a operar no limite, já estão normalizados.

“Houve alguns atrasos pontuais no atendimento aos postos, mas o importante é que nenhum consumidor teve problema para abastecer seu carro, seja com álcool ou com gasolina - mesmo com o feriadão prolongado da Semana Santa.

O Sindicom representa, em nível nacional, as principais companhias distribuidoras de combustíveis e lubrificantes do país, entre elas a Petrobras Distribuidora e a Shell – totalizando mais de 80% do volume de distribuição do setor. O mercado envolve a distribuição de 77,4 bilhões de litros de combustíveis e um faturamento anual de mais de R$ 150 bilhões.

Acompanhe tudo sobre:BiocombustíveisCombustíveisCommoditiesEnergiaEtanolGasolinaPreços

Mais de Economia

Lula chama Pacheco para reunião nesta quarta e deve discutir pacote fiscal

Reforma Tributária: relatório do Senado deve ficar para início de dezembro, diz Braga

Cepal: Pobreza deve cair a 26,8% da população na América Latina, nível mais baixo desde 1990

Escala 6x1: favorito para presidência da Câmara defende 'ouvir os dois lados'