Exame Logo

Preço do tomate deve acelerar IPC-S de julho

Nos últimos dias, o preço do quilo do tomate saltou de R$ 1,50 para quase R$ 5,00, um aumento de cerca de 220%

O motivo para essa nova expectativa é o aumento expressivo no preço do tomate, que continua como grande vilão da inflação no varejo deste ano (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2012 às 15h22.

São Paulo - A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) deve mais que dobrar no fechamento de julho, na comparação com a alta de 0,11% registrada em junho. De acordo com André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o indicador deve ficar na casa de 0,25% no fim do mês, em vez da previsão anterior, de cerca de 0,11%.

O motivo para essa nova expectativa é o aumento expressivo no preço do tomate, que continua como grande vilão da inflação no varejo deste ano. Nos últimos dias, segundo a instituição, o preço do quilo do tomate saltou de R$ 1,50 para quase R$ 5,00, um aumento de cerca de 220%.

"O tomate é que vem desequilibrando o IPC-S. Como não acreditamos que o preço irá desacelerar nessa última quadrissemana que falta, um IPC-S de 0,11% é improvável. Deve ficar abaixo de 0,30%, mais próximo a 0,25%, caso não ocorra um aumento maior do produto", avaliou Braz, em entrevista à Agência Estado.

Um dos produtos mais consumidos pelos brasileiros, o item tem peso de 0,20% no IPC-S e passou de uma elevação de 35,35% na segunda quadrissemana para uma valorização de 57,06% na terceira quadrissemana de julho, informou nesta segunda-feira a FGV. Junto com outros alimentos do conjunto de preços de Hortaliças e Legumes (de 12,29% para 17,02%), o tomate deixou o grupo Alimentação com a maior variação, de 1,16% (ante 0,96%), dentro do IPC-S. O indicador, por sua vez, acelerou a 0,28%, frente a 0,22% na segunda leitura do mês.

"É um fenômeno atípico. Normalmente, o preço do tomate não registra variações tão elevadas neste período. Ao observarmos a pesquisa nos últimos dez anos, percebemos que o preço do tomate, em geral, apresentou queda", avaliou André Braz. As condições climáticas desfavoráveis, como excesso de chuvas e o frio intenso em algumas partes do País, estão prejudicando a colheita do fruto.

Apesar do aumento acima de 1% em Alimentação, a valorização pode diminuir assim que os preços do tomate perderem força, o que pode, segundo Braz, acontecer em meados de agosto. "Alimentação não preocupa tanto porque boa parte da alta vem dos in natura e só colocam (mais) volatilidade ao índice. São preços muito sensíveis à oferta, mas logo que as condições climáticas forem mais favoráveis e a oferta normalizar, o preço do tomate vai recuar e o grupo Alimentação também", explicou.


Já os preços de Vestuário, que tiveram a terceira queda consecutiva na terceira medição do mês, diminuíram o ritmo de baixa (de -0,96% para -0,73%). De acordo com Braz, os preços ainda deverão ficar no campo negativo, influenciados pelas liquidações do outono/inverno, mas numa velocidade menor. "Há um limite para quedas. Como neste ano, os preços de roupas subiram menos, não devem ocorrer grandes promoções", estimou.

Para o setor de Transportes, que também mostrou recuo menor em relação à segunda quadrissemana de julho, de -0,46% para -0,41% na terceira leitura, a expectativa é de novas reduções de preços, segundo o economista do Ibre/FGV. "É provável que esse movimento continue até o final do mês", afirmou.

Na terceira quadrissemana de julho, dentro do grupo, os preços do etanol cederam 1,65% ante taxa negativa de 1,73%. Já a gasolina caiu 0,67% (de -0,66%). "Aprofundou a queda, mas foi residual", completou.

Veja também

São Paulo - A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) deve mais que dobrar no fechamento de julho, na comparação com a alta de 0,11% registrada em junho. De acordo com André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o indicador deve ficar na casa de 0,25% no fim do mês, em vez da previsão anterior, de cerca de 0,11%.

O motivo para essa nova expectativa é o aumento expressivo no preço do tomate, que continua como grande vilão da inflação no varejo deste ano. Nos últimos dias, segundo a instituição, o preço do quilo do tomate saltou de R$ 1,50 para quase R$ 5,00, um aumento de cerca de 220%.

"O tomate é que vem desequilibrando o IPC-S. Como não acreditamos que o preço irá desacelerar nessa última quadrissemana que falta, um IPC-S de 0,11% é improvável. Deve ficar abaixo de 0,30%, mais próximo a 0,25%, caso não ocorra um aumento maior do produto", avaliou Braz, em entrevista à Agência Estado.

Um dos produtos mais consumidos pelos brasileiros, o item tem peso de 0,20% no IPC-S e passou de uma elevação de 35,35% na segunda quadrissemana para uma valorização de 57,06% na terceira quadrissemana de julho, informou nesta segunda-feira a FGV. Junto com outros alimentos do conjunto de preços de Hortaliças e Legumes (de 12,29% para 17,02%), o tomate deixou o grupo Alimentação com a maior variação, de 1,16% (ante 0,96%), dentro do IPC-S. O indicador, por sua vez, acelerou a 0,28%, frente a 0,22% na segunda leitura do mês.

"É um fenômeno atípico. Normalmente, o preço do tomate não registra variações tão elevadas neste período. Ao observarmos a pesquisa nos últimos dez anos, percebemos que o preço do tomate, em geral, apresentou queda", avaliou André Braz. As condições climáticas desfavoráveis, como excesso de chuvas e o frio intenso em algumas partes do País, estão prejudicando a colheita do fruto.

Apesar do aumento acima de 1% em Alimentação, a valorização pode diminuir assim que os preços do tomate perderem força, o que pode, segundo Braz, acontecer em meados de agosto. "Alimentação não preocupa tanto porque boa parte da alta vem dos in natura e só colocam (mais) volatilidade ao índice. São preços muito sensíveis à oferta, mas logo que as condições climáticas forem mais favoráveis e a oferta normalizar, o preço do tomate vai recuar e o grupo Alimentação também", explicou.


Já os preços de Vestuário, que tiveram a terceira queda consecutiva na terceira medição do mês, diminuíram o ritmo de baixa (de -0,96% para -0,73%). De acordo com Braz, os preços ainda deverão ficar no campo negativo, influenciados pelas liquidações do outono/inverno, mas numa velocidade menor. "Há um limite para quedas. Como neste ano, os preços de roupas subiram menos, não devem ocorrer grandes promoções", estimou.

Para o setor de Transportes, que também mostrou recuo menor em relação à segunda quadrissemana de julho, de -0,46% para -0,41% na terceira leitura, a expectativa é de novas reduções de preços, segundo o economista do Ibre/FGV. "É provável que esse movimento continue até o final do mês", afirmou.

Na terceira quadrissemana de julho, dentro do grupo, os preços do etanol cederam 1,65% ante taxa negativa de 1,73%. Já a gasolina caiu 0,67% (de -0,66%). "Aprofundou a queda, mas foi residual", completou.

Acompanhe tudo sobre:Consumoeconomia-brasileiraEmpresasEstatísticasFGV - Fundação Getúlio VargasIndicadores econômicosInflaçãoIPCPreços

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame