Economia

Preço do petróleo permanecerá elevado devido à demanda aquecida

Para analistas, a atual crise é menos intensa que a dos anos 70, mas dá sinais de ser mais duradoura

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h59.

A atual alta nos preços internacionais do petróleo é menos aguda que a de choques anteriores, mas é mais crônica. O motivo é que os aumentos estão sendo sustentados pelo aquecimento da demanda mundial, que não dá sinais de desaceleração no curto prazo. Estima-se que o consumo global de petróleo, neste ano, atinja 81,7 milhões de barris por dia. O volume é 2,5% maior que o do ano passado e é considerado pelos especialistas um grande aumento.

Segundo o americano The Wall Street Journal, é justamente a aceleração da procura que preocupa o mercado. Nos anos 70, as crises foram causadas principalmente pela redução deliberada da produção por parte dos países detentores das maiores reservas de óleo cru. Agora, a situação é diferente: os produtores estão abertos ao mercado mundial e participam ativamente do atendimento à demanda. Mas o crescimento econômico vem reduzindo muito a margem de segurança entre a capacidade produtiva instalada e o volume comercializado, num momento em que alguns países fornecedores enfrentam problemas internos (clique aqui e veja o resultado da Petrobras no segundo trimestre).

A conseqüência é que qualquer instabilidade pontual afeta os preços mundiais. É o caso das turbulências políticas na Venezuela, dos ataques terroristas a oleodutos no Oriente Médio e da complicada situação financeira de Yukos, a maior produtora de petróleo da Rússia. Na quinta-feira (19/8), o barril para entrega em setembro fechou a 48,70 dólares na Bolsa de Nova York. A cifra ainda não é tão alta quanto a atingida em 1981, auge da crise do petróleo. Naquele ano, em valores atualizados pela inflação americana, a cotação bateu em 73 dólares, segundo o WSJ.

China e Índia são exemplos de como o consumo de óleo cru está crescendo. Conforme o governo chinês, as refinarias do país estão processando cerca de 17% mais petróleo que no ano passado. Para tanto, as importações de óleo cru crescerão cerca de 40% neste ano. Já a Índia espera elevar em 11% as importações de petróleo até 2005.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Economia

Acelerada pela Nvidia, Google — e agora Amazon —, startup quer inovar no crédito para PMEs

Cigarro mais caro deve pressionar inflação de 2024, informa Ministério da Fazenda

Fazenda eleva projeção de PIB de 2024 para 3,2%; expectativa para inflação também sobe, para 4,25%

Alckmin: empresas já podem solicitar à Receita Federal benefício da depreciação acelerada