Economia

Preço do diesel está 16% acima do valor internacional e abre brecha para queda

Para equiparar os preços ao mercado externo, a Petrobras poderia reduzir o litro do diesel em R$ 0,60, pelos cálculos da Abicom

Diesel: o último reajuste do diesel foi no dia 7 de dezembro de 2022 (ResoneTIC/Pixabay/Divulgação)

Diesel: o último reajuste do diesel foi no dia 7 de dezembro de 2022 (ResoneTIC/Pixabay/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de fevereiro de 2023 às 14h39.

Última atualização em 3 de fevereiro de 2023 às 14h44.

A queda do dólar e das commodities no mercado internacional voltou a abrir a janela de importação de combustíveis, informa o presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araújo, principalmente do diesel. O preço do combustível nas refinarias da Petrobras registrou na quinta-feira, 2, defasagem positiva de 16%, patamar que não era atingido desde agosto de 2022.

"Houve queda do dólar e também das commodities no mercado internacional, com isso as janelas estão abertas para importações", disse Araújo ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Para equiparar os preços ao mercado externo, a Petrobras poderia reduzir o litro do diesel em R$ 0,60, pelos cálculos da Abicom.

Se levada em conta a Refinaria de Mataripe, na Bahia, que tem feito reajustes semanais da gasolina e do diesel desde que foi vendida pela Petrobras, no final de 2021, a defasagem do diesel cai para 14%, mas permanece alta.

Já a gasolina está com o preço mais alinhado com o mercado internacional. Na quinta, a defasagem era positiva em 6% em todos os polos de referência do País. Para equiparar com os preços externos seria possível um aumento de R$ 0,18 por litro da gasolina em todas as refinarias.

O último reajuste da gasolina pelas Petrobras ocorreu em 25 de janeiro (alta de 7,5%), e do diesel no dia 7 de dezembro de 2022, ou há 59 dias (queda de 8,12%).

Com a mudança na gestão da Petrobras neste ano, que desde o dia 26 de janeiro tem como presidente o ex-senador e especialista no setor de óleo e gás Jean Paul Prates, a dúvida do mercado é de como ficará a política de preços da companhia, baseada na equiparação dos preços internos aos preços de paridade de importação (PPI).

Prates já afirmou que não vai intervir na política de preços da companhia, que continuará tendo como referência o mercado internacional, e que o preço dos combustíveis no Brasil é uma questão de governo.

O ex-senador aposta na criação de uma conta de estabilização de preços, cujo projeto de lei foi relatado por ele no Senado no ano passado, e visa amortecer grandes altas ou quedas. Prates também já informou que pretende implantar uma política de preços regionalizados na estatal, mas ainda não divulgou detalhes.

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