Economia

Powell defende concretização da Alca

Para o secretário de Estado americano, a Área de Livre Comércio das Américas beneficiará todos países do continente americano

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h29.

Se dependesse do otimismo e da diplomacia do secretário de Estado dos Estados Unidos, Colin Powell, a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) sairia do papel o quanto antes. Em um discurso para 224 empresários convidados pela Câmara Americana de Comércio (Amcham), em São Paulo, nesta terça-feira (5/10), Powell defendeu que a liberalização do comércio de bens e serviços saia do papel em benefício das 34 nações do continente americano, exceto Cuba. Aos executivos e donos de empresas, Powell afirmou que o governo americano está 100% comprometido em cumprir o cronograma das negociações, que deveriam ser concluídas em janeiro do próximo ano.

Para o secretário de Estado, a Embraer, fabricante brasileira de aviões, é um exemplo de quão profícua pode ser a Alca. Segundo ele, a participação da Embraer no "complexo contrato do exército americano", anunciado em agosto, (se você for assinante, leia reportagem do Portal EXAME sobre o negócio), mostra que a Alca propiciará a internacionalização das indústrias e o comércio de produtos sofisticados e de alta tecnologia.

A falta de entendimento em questões comerciais como a que envolve produtos agrícolas deve ser entendida como normal. "É natural que dois países como o Brasil e os Estados Unidos discordem em alguns temas." Powell diz que não é a dureza da discussão, criticada por empresários brasileiros, que deve afastar os países do debate.

Para o presidente do conselho da Amcham, Sérgio Haberfeld, a visita de Powell ao Brasil e a visão do secretário sobre o país dão um certo alívio. "Hoje, só se fala em China e Índia no mundo. A visita mostra que o Brasil é um membro importante do cenário global na avaliação dos Estados Unidos", diz.

Haberfeld não prevê qual seria o novo prazo para a concretização da Alca mas também não compartilha do otimismo de Powell. "O início de 2005 já está aqui. Não há como a Alca entrar em vigor em tão pouco tempo", afirma o presidente do conselho da Amcham. Além disso, até a eleição do novo presidente americano, diz Haberfeld, as negociações continuarão desaceleradas.

Conselho de Segurança

Ao responder a uma pergunta de um empresário durante o evento da Amcham, Powell evitou posicionar-se quanto à candidatura do Brasil a uma vaga permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas. Limitou-se a dizer que o país é um "importante e sério candidato" por ser uma nação democrática e contra as armas de destruição em massa. Em entrevista a jornalistas estrangeiros na viagem ao Brasil, Powell ainda afirmou que o governo brasileiro deve dar mais acesso ao seu programa de energia nuclear para os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). "Mas esse é um assunto do Brasil com a AIEA", diz.

De São Paulo, onde chegou na noite de segunda-feira (4/10), o secretário americano parte para Brasília, onde irá reunir-se com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, entre outras autoridades. Na pauta, estarão temas como cooperação em questões de segurança e comércio, e a situação no Haiti e na Venezuela.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Economia

Chinesa GWM diz a Lula que fábrica em SP vai produzir de 30 mil a 45 mil carros por ano

Consumo na América Latina crescerá em 2025, mas será mais seletivo, diz Ipsos

Fed busca ajustes 'graduais' nas futuras decisões sobre juros