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Por que a crise parece estar longe de acabar?

Como 2016 não está começando bem, é muito provável que 2015/2016 seja o pior biênio da história econômica republicana no Brasil

Sem dinheiro: o governo se vê forçado a cortar gastos e o Banco Central a manter juros altos (AlexKalina/Thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2016 às 16h13.

São Paulo - O Banco Central (BC), em seu Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) para o mês de dezembro de 2015, não trouxe exatamente novidades. Como se tornou habitual, o índice apresentou queda em relação ao mês (de 0,5%) e ao ano (de 6,5%, uma enormidade) anteriores.

Esse índice foi desenhado como uma aproximação do PIB . Como o PIB oficial, por assim dizer, demora mais a ser publicado, podemos usar o IBC-Br como referência para projetar o PIB antes da divulgação.

Pois bem, o tal do IBC-BR indica que o PIB deve ter encolhido aproximadamente 4% ano passado.

Mas chega de números! O que isso significa?

Significa que 2015 foi um dos piores anos da história econômica republicana no Brasil. E, como 2016 não está começando bem, é muito provável que 2015/2016 seja o pior biênio da história econômica republicana no Brasil.

Vai haver aumento no desemprego , que deve passar de 12%, nível nunca dantes atingido pelas taxas de desemprego neste país.

Muito analista, gente respeitada, já acha que podemos ver o desemprego passar desses 12%, com alguma margem antes do fim do ano.

E o que os economistas podem fazer para tirar o país desta zica?

Infelizmente, não há muito a se fazer.

Por que não?

Nos livros de economia, aprendemos que, durante uma recessão, um aumento dos gastos do governo (por exemplo, construir ligações de esgoto na periferia ou pavimentando estradas vicinais) reduz a profundidade do buraco em que a economia se meteu.

Não é? E também aprendemos que reduções na taxa de juros podem estimular o consumidor a comprar no crediário ou o empresário a financiar a expansão de sua firma. Certo?

Mas, quando o Brasil estava vivendo a maré favorável de poucos anos atrás, nós não cortamos os gastos públicos.

Deixamos a dívida pública se acumular. E a inflação também deixamos correr solta, acima da meta de inflação. Agora, quando a maré piorou, já não temos margem de manobra.

Com a dívida pública explodindo e os preços aumentando feito a Alemanha marcando gol no Mineirão, o governo se vê forçado a cortar gastos e o Banco Central a manter juros altos. Justo agora, que precisamos de estímulo.

Vamos então apertar os cintos e torcer para que o impacto não doa muito, já que o anestesista acabou de sair para tomar uma cachacinha.

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São Paulo - O Banco Central (BC), em seu Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) para o mês de dezembro de 2015, não trouxe exatamente novidades. Como se tornou habitual, o índice apresentou queda em relação ao mês (de 0,5%) e ao ano (de 6,5%, uma enormidade) anteriores.

Esse índice foi desenhado como uma aproximação do PIB . Como o PIB oficial, por assim dizer, demora mais a ser publicado, podemos usar o IBC-Br como referência para projetar o PIB antes da divulgação.

Pois bem, o tal do IBC-BR indica que o PIB deve ter encolhido aproximadamente 4% ano passado.

Mas chega de números! O que isso significa?

Significa que 2015 foi um dos piores anos da história econômica republicana no Brasil. E, como 2016 não está começando bem, é muito provável que 2015/2016 seja o pior biênio da história econômica republicana no Brasil.

Vai haver aumento no desemprego , que deve passar de 12%, nível nunca dantes atingido pelas taxas de desemprego neste país.

Muito analista, gente respeitada, já acha que podemos ver o desemprego passar desses 12%, com alguma margem antes do fim do ano.

E o que os economistas podem fazer para tirar o país desta zica?

Infelizmente, não há muito a se fazer.

Por que não?

Nos livros de economia, aprendemos que, durante uma recessão, um aumento dos gastos do governo (por exemplo, construir ligações de esgoto na periferia ou pavimentando estradas vicinais) reduz a profundidade do buraco em que a economia se meteu.

Não é? E também aprendemos que reduções na taxa de juros podem estimular o consumidor a comprar no crediário ou o empresário a financiar a expansão de sua firma. Certo?

Mas, quando o Brasil estava vivendo a maré favorável de poucos anos atrás, nós não cortamos os gastos públicos.

Deixamos a dívida pública se acumular. E a inflação também deixamos correr solta, acima da meta de inflação. Agora, quando a maré piorou, já não temos margem de manobra.

Com a dívida pública explodindo e os preços aumentando feito a Alemanha marcando gol no Mineirão, o governo se vê forçado a cortar gastos e o Banco Central a manter juros altos. Justo agora, que precisamos de estímulo.

Vamos então apertar os cintos e torcer para que o impacto não doa muito, já que o anestesista acabou de sair para tomar uma cachacinha.

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