Economia

Política monetária no Brasil é adequada, diz diretor do BC

Carlos Hamilton Araújo afirmou que a reposta da economia a política monetária "não é menos eficiente" do que em outros ciclos de aperto


	Carlos Hamilton Araújo: "as informações disponíveis sugerem que os impulsos monetários têm se propagado por intermédio dos principais canais de transmissão, e que assim continuarão nos próximos trimestres"
 (Marcello Casal Jr/ABr)

Carlos Hamilton Araújo: "as informações disponíveis sugerem que os impulsos monetários têm se propagado por intermédio dos principais canais de transmissão, e que assim continuarão nos próximos trimestres" (Marcello Casal Jr/ABr)

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Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2014 às 15h05.

São Paulo - O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, afirmou nesta quarta-feira, que a política monetária no Brasil tem operado de maneira adequada e que a reposta da economia a ela "não é menos eficiente" do que em outros ciclos de aperto.

Ele rebateu críticas sobre a possibilidade de ter havido perda de eficácia da política monetária, visto que após o BC elevar a taxa básica de juros em 3,75 pontos percentuais, para 11 por cento ao ano, as expectativas de inflação continuam deterioradas.

"A política monetária tem operado adequadamente", afirmou Carlos Hamilton, durante evento em São Paulo. "As informações disponíveis sugerem que os impulsos monetários têm se propagado por intermédio dos principais canais de transmissão, e que assim continuarão nos próximos trimestres", afirmou. "A política monetária tem sido efetiva em conter as pressões inflacionárias", acrescentou.

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,92 por cento em março, maior avanço para esses meses em 11 anos, e atingiu 6,15 por cento em 12 meses em março.

O diretor repetiu o recado do presidente do BC, Alexandre Tombini, feito nesta manhã e reforçou que os efeitos a se materializarem do aperto monetário ainda estão por vir.

"Parte significativa da resposta da economia como um todo, e dos preços em particular, ao atual ciclo de elevação da Selic ainda está por se materializar", afirmou.

O diretor do BC sublinhou que caso os juros não tivessem sido elevados, a inflação estaria superior ao visto no primeiro trimestre de 2013, quando a Selic ainda estava em 7,25 ponto percentual.


"De qualquer maneira, é plausível afirmar que a inflação estaria alguns pontos de percentagem, assim mesmo, no plural, acima do patamar verificado no segundo trimestre de 2013", disse.

Para o economista-chefe do Itaú, Ilan Goldfajn, também presente no evento, os comentários do diretor do BC reforçam as expectativas de que o ciclo de aperto monetário, iniciado há um ano, está perto do fim.

"Os comentários de hoje mostram que a Selic ou fica em 11 por cento ou subirá a 11,25 por cento", disse, lembrando que a ata da última reunião do Copom também sinalizou com a possibilidade de o ciclo ser interrompido.

Atualmente, a Selic está em 11 por cento e, em maio, o BC define seus próximos passos sobre a política monetária.

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