Por lá, hoje será divulgado os dados sobre a venda no varejo de maio, uma parte do capítulo da Abenomics (Brook Mitchell/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 28 de junho de 2017 às 06h14.
Última atualização em 28 de junho de 2017 às 08h06.
O que se faz quando uma política econômica é aplicada por quatro anos e falha em produzir os resultados pretendidos? À revelia dos críticos, no Japão, se insiste na fórmula.
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É assim com a política econômica do primeiro ministro Shinzo Abe, conhecida como Abenomics, um plano que consiste em combinar estímulos fiscais e monetários com reformas econômicas estruturais, a fim de incentivar o crescimento e acabar com duas décadas de uma deflação intermitente que assombra o Japão.
Por lá, hoje será divulgado os dados sobre a venda no varejo de maio, uma parte do capítulo da Abenomics. É esperado um aumento de 2,6% sobre o mesmo período do ano anterior — em abril a alta foi de 3,2% ante abril de 2016, o maior aumento mensal que o país já havia visto em 24 meses.
Como em uma perspectiva de médio prazo, as vendas do varejo no Japão mal cresceram desde meados de 2014, então os dois meses seguidos de dados positivos são, finalmente, um alívio ao primeiro-ministro. O mercado de consumo, no entanto, ainda devará levar mais tempo para apresentar melhoras consideráveis.
Apesar dos bons dados de venda no varejo, os níveis de inflação e gasto dos consumidores continuam baixos. Em abril, o gasto das residências caiu de 1,4%, já vindo de duas grandes quedas, de 1,3% e 3,8%.
Quatro anos depois de início da Abenomics, a medida de inflação do Banco do Japão mostra uma alta nos indicadores de 0,1% em um ano — se a inflação não sobe, significa que não há alteração significativa no preço dos bens de consumo e o país está estagnado economicamente.
A deflação assola o Japão há duas décadas. O problema foi agravado com a crise financeira de 2008 e persiste mesmo com o crescimento da economia a 1,2% no ano passado e os índices de desemprego a 2,8%, a menor taxa dos últimos 22 anos.
Se o Abenomics não é capaz de solucionar o problema inteiramente, ao menos é capaz de mostrar o tamanho do enrosco da economia do Japão.