Bandeira do Brasil no Rio de Janeiro (Cesar Okada/Getty Images)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 4 de dezembro de 2025 às 09h01.
Última atualização em 4 de dezembro de 2025 às 10h03.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil teve uma variação positiva de 0,1% no terceiro trimestre de 2025, na comparação com os três meses imediatamente anteriores, segundo dados do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, divulgados nesta quinta-feira, 4, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado ficou abaixo da expectativa do mercado financeiro, que esperava uma alta de até 0,2%.
Segundo o IBGE, pela ótica da produção, houve resultados positivos na Agropecuária (0,4%) e na Indústria (0,8%), mas o setor de Serviços, que tem maior peso na economia, ficou praticamente estável (0,1%).
A taxa de investimento no terceiro trimestre de 2025 foi de 17,3%, o que representa uma ligeira redução em relação ao mesmo período de 2024 (17,4%). A taxa de poupança foi de 14,5%, igualando a taxa (14,5%) do mesmo período de 2024.
O PIB totalizou R$ 3,2 trilhões no terceiro trimestre de 2025, sendo R$ 2,8 trilhões referentes ao Valor Adicionado a preços básicos e R$ 449,3 bilhões, aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.
Do lado de Serviços, três atividadaes mostraram as maiores taxas de crescimento: Transporte, armazenagem e correio (2,7%) Informação e comunicação (1,5%) e Atividades imobiliárias (0,8%).
As variações do Comércio (0,4%) Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,4%) e Outras atividades de serviços (0,2%) e o recuo de Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (-1%) resultaram na estbailidade do setor de Serviços.
“O grande escoamento de produção de commodities, decorrente do bom desempenho da Extrativa Mineral e da Agropecuária, contribuiu positivamente para a atividade de Transporte, armazenagem e correio”, afirmou Claudia Dionísio, analista das Contas Trimestrais do IBGE.
Na Indústria, houve alta nas Indústrias de Extrativas (1,7%), na Construção (1,3%) e nas Indústrias de Transformação (0,3%), e queda em Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (-1,0%).
Pelo lado das despesas, o Consumo das Famílias (0,1%) ficou praticamente estável e o Consumo do Governo cresceu 1,3%, enquanto a Formação Bruta de Capital Fixo subiu 0,9% em relação ao trimestre imediatamente anterior.
Na comparação com o terceiro trimestre de 2024, o PIB cresceu 1,8%. Grande parte desse avanço se deve à Agropecuária, que cresceu 10,1% em relação a igual período de 2024, puxada por aumentos acima de 10% na produção de três culturas com safras significativas no terceiro trimestre: milho (23,5%), laranja (13,5%) e algodão (10,6%). Em contrapartida, a produção de cana de açúcar (-1,0%) recuou.
Na mesma comparação, a Indústria cresceu 1,7%, puxada pela alta de 11,9% nas Indústrias extrativas, com a maior extração de petróleo e gás. A Construção também cresceu (2,0%). Por outro lado, houve quedas nas Indústrias de transformação (-0,6%) e em Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (-1,0%).
O setor de Serviços (1,3%) avançou frente ao mesmo período de 2024. Os principais resultados positivos vieram de Informação e comunicação (5,3%), Transporte, armazenagem e correio (4,2%) e Atividades imobiliárias (2,0%).
Segundo a analista do IBGE, “as atividades de Agropecuária e Extrativa Mineral, com menor sensibilidade à política monetária contracionista, foram as que tiveram as maiores altas, tanto na comparação interanual quanto no acumulado no ano”.
O PIB do Brasil teve variação positiva de 0,1% no terceiro trimestre de 2025.
O PIB (sigla para Produto Interno Bruto) é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, estado ou cidade, geralmente em um ano. Todos os países calculam o seu PIB nas suas respectivas moedas.
Segundo o IBGE, o PIB mede apenas os bens e serviços finais para evitar dupla contagem. Se um país produz R$ 100 de trigo, R$ 200 de farinha de trigo e R$ 300 de pão, por exemplo, seu PIB será de R$ 300, pois os valores da farinha e do trigo já estão embutidos no valor do pão.
Os bens e serviços finais que compõem o PIB são medidos no preço em que chegam ao consumidor. Dessa forma, levam em consideração também os impostos sobre os produtos comercializados.
Na realidade, o PIB é um indicador de fluxo de novos bens e serviços finais produzidos durante um período. Se um país não produzir nada em um ano, o seu PIB será nulo.
Para o cálculo do PIB, são utilizados diversos dados; alguns produzidos pelo IBGE, outros provenientes de fontes externas. Essas são algumas das peças que compõem o quebra-cabeça do PIB: