Economia

PIB dos EUA cresce, mas não acaba com as incertezas

No segundo trimestre, o PIB cresceu 2,5%, enquanto no primeiro o aumento foi de 1,1%


	Bandeira dos EUA: para muitos analistas, a melhora no terceiro trimestre esconde avanços modestos
 (David Paul Morris/Bloomberg)

Bandeira dos EUA: para muitos analistas, a melhora no terceiro trimestre esconde avanços modestos (David Paul Morris/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2013 às 18h12.

A economia dos Estados Unidos cresceu 2,8%, mais que o esperado, no terceiro trimestre, em ritmo anual, segundo a primeira estimativa do Departamento do Comércio, que superou claramente as previsões dos analistas.

A estimativa média dos economistas situava o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 1,9%.

No segundo trimestre, o PIB cresceu 2,5%, enquanto no primeiro o aumento foi de 1,1%.

A Casa Branca comemorou a boa notícia, apesar de antecipar que, no quarto trimestre, o crescimento poderia cair devido à disputa no Congresso pelo orçamento, que levou ao fechamento dos serviços administrativos durante duas semanas em outubro.

"Durante o terceiro trimestre, a economia cresceu no ritmo mais rápido do ano, um sinal de que a recuperação continuava ganhando impulso nos meses anteriores ao fechamento dos serviços administrativos", disse a Presidência em um comunicado.

Contudo, acrescentou que no quarto trimestre o crescimento "será freado pela paralisia do governo que durou dos dias 1º a 16 de outubro e pelo desacordo político sobre o limite da dívida".

Avanços modestos

Para muitos analistas, a melhora no terceiro trimestre esconde avanços modestos. "Infelizmente, os detalhes não são tão positivos como as notícias principais", disse Jim O'Sullivan, economista chefe da High Frequency Economics, que considerou que o crescimento foi impulsionado, sobretudo, pela acumulação dos estoques das empresas.

"O crescimento do PIB no terceiro trimestre se deve principalmente a um aumento previsto da acumulação de estoques que contribuiu com 0,8 ponto percentual" do total, explicou Peter Newland da Barclays Research. "Sugerimos tomar esta aparente aceleração do crescimento com prudência", acrescentou.


Embora os gastos com consumo das famílias continuarem contribuindo de forma positiva a esta expansão, o aumento de 1,5% é o mais frágil em dois anos. As vendas de bens duráveis foram a surpresa com uma alta de 7,8%. Por outro lado, os gastos com serviços apenas aumentaram 0,1%.

"A combinação da demanda privada mais pobre e um aumento das importações sugere que a maior parte da acumulação de reservas não foi voluntária, o que terá implicações sobre a atividade do trimestre seguinte", explicou Harm Bandholz, economista chefe da UniCredit Economics.

Os gastos do Estado federal, em queda há vários meses em consequência da crise orçamentária que provocou a paralisação dos serviços administrativos em outubro, caíram 1,7%.

O índice de preços vinculado aos gastos de consumo (PCE), uma medida da inflação analisada pelo Federal Reserve (Fed, banco central), aumentou liquidamente, a 1,8% no trimestre, frente a 0,2% do segundo trimestre.

O Departamento de Comércio informou, contudo, que não pôde dispor de todos os dados para fazer sua estimativa, devido à paralisia de muitos serviços administrativos durante mais de duas semanas e deve publicar uma nova avaliação no dia 5 de dezembro.

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