Economia

PIB do 1º ano de mandato será o maior da era Dilma

A equipe econômica trabalha com uma melhora dos investimentos e, consequentemente, da economia, a partir do segundo semestre


	Governo aposta que o primeiro tri terminará sendo o mais fraco de todo o ano
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Governo aposta que o primeiro tri terminará sendo o mais fraco de todo o ano (REUTERS/Ueslei Marcelino)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de maio de 2014 às 09h37.

Brasília - O governo Dilma Rousseff foi posto diante de dois fatos ontem (30). Segundo uma fonte graduada do Palácio do Planalto, que comentou "politicamente" ao ‘Estado’ o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de 2013 e o avanço do PIB no primeiro trimestre de 2014, o governo tem motivos para comemorar e se resignar, a partir de agora.

A equipe econômica trabalha com uma melhora dos investimentos e, consequentemente, da economia, a partir do segundo semestre deste ano, o que levaria o PIB para uma alta próxima a 2%, mas o Palácio do Planalto já se resignou: Dilma terminará seu mandato tendo a alta de 2,7% registrada no primeiro ano (2011) como a mais elevada de seu governo.

O governo ainda esperava algum alento de superar a taxa do início do mandato com a revisão final do PIB de 2013, que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estava fazendo. Ao incorporar a nova pesquisa industrial, que leva em conta um quadro geral mais preciso das fábricas no Brasil, o IBGE verificou um salto maior da produção industrial no ano passado, e o governo contava que a alta do PIB, inicialmente de 2,3%, fosse revisada para cima, a ponto de ultrapassar o dado verificado no primeiro ano de Dilma.

De fato, o PIB de 2013 foi revisado para cima - e isso foi motivo de comemoração ontem na equipe econômica -, mas para 2,5%. Assim, o PIB de 2011 se consolida como o maior de toda a "Era Dilma".

"O governo trabalhou diuturnamente, por mais de três anos, para estimular a economia brasileira, que atravessou uma fase difícil da crise mundial nesse período", afirmou a fonte do Planalto. "Não fossem esses esforços, nossa indústria estaria hoje em uma situação grave e a taxa de investimentos seria menor." No primeiro trimestre de 2014, os investimentos representaram 17,7% do PIB, resultado inferior ao verificado em igual período do ano passado, quando os investimentos atingiram 18,2% do PIB.

A aposta do governo é que o primeiro trimestre de 2014 terminará sendo o mais fraco de todo o ano. "A economia terminou 2013 muito bem, e houve um ajuste geral no início deste ano. Mas os dados que dispomos já apontam melhoras no segundo trimestre, e até o final do ano, com a dissipação da crise mundial, vamos ganhar ritmo", disse uma fonte da equipe econômica. "Havia uma certa preocupação no mercado quanto à possibilidade de o PIB do primeiro trimestre ser negativo, então uma alta de 0,2%, ainda que pequena, não deixa de ser boa notícia.", ponderou o economista do governo.

A resignação que se instalou ontem com o fato de que o avanço de 2,7% do PIB em 2011 terminará sendo o maior do governo Dilma se dá por uma razão específica: tanto Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) quanto Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) conseguiram avanços expressivos em seus primeiros mandatos.

O maior avanço do PIB em todos os oito anos de FHC foi obtido logo no primeiro ano, com uma alta de 4,4%, quase repetida em 2000, quando o PIB cresceu 4,3%. Lula, no entanto, veria as maiores taxas de PIB no segundo mandato, quando chegou ao recorde de 7,5%, em 2010, mas em seu primeiro mandato também obteve uma alta da economia superior à de Dilma, com 5,7% em 2004.

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffIndicadores econômicosPersonalidadesPIBPIB do BrasilPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor