Economia

Petros e Funcef defendem investimento em infraestrutura

O diretor administrativo e financeiro da Petros, Newton Cunha, lembra que a Petros e a Funcef têm obtido excelentes retornos em suas investidas no setor


	Infraestrutura: "Quem diz que investimento em infraestrutura não dá retorno tem que conhecer esses projetos", disse o diretor de investimento da Funcef
 (Arquivo/Exame/EXAME.com)

Infraestrutura: "Quem diz que investimento em infraestrutura não dá retorno tem que conhecer esses projetos", disse o diretor de investimento da Funcef (Arquivo/Exame/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2013 às 15h09.

Florianópolis - A Petros e Funcef, fundos de pensão dos funcionários da Petrobras e Caixa Econômica Federal, respectivamente, se uniram na terça-feira, 10, no encerramento do 34º Congresso Nacional de Fundos de Pensão para defender o investimento no setor de infraestrutura.

"Esse assunto não pode ser politizado. (...) Tentar politizar isso é um equívoco", afirmou o diretor de investimento da Funcef, Maurício Marcellini, em resposta às críticas feitas pelo presidente da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), José de Souza Mendonça, que chegou a falar em pressão política sobre as fundações.

No início do mês, os dois fundos de pensão se comprometeram junto com a Caixa Econômica Federal, BB Banco de Investimento e a BNDESpar a aportar até R$ 12 bilhões nos consórcios vencedores de licitações de rodovias e ferrovias a serem feitas pelo governo. Operação que vem sendo chamada no mercado financeiro como fundo noiva.

O diretor administrativo e financeiro da Petros, Newton Carneiro da Cunha, também é enfático ao pregar a despolitização do tema.

Segundo ele, o que tem motivado os fundos de pensão nessa direção é o potencial de retorno que aplicações em infraestrutura oferecem.

Cunha lembra que a Petros e a Funcef têm obtido excelentes retornos em suas investidas no setor. Para reforçar sua tese, o executivo cita como exemplo a participação das fundações no controle da Invepar, que arrematou este ano o aeroporto de Guarulhos, e da Sete Brasil, companhia que já tem uma carteira de R$ 60 bilhões em pedidos de sondas pela Petrobras.

"Quem diz que investimento em infraestrutura não dá retorno tem que conhecer esses projetos", completou Marcellini, ao lembrar que os retornos em projetos de infraestrutura estão na casa dos dois dígitos.


Os dois executivos concordam que o novo programa do governo de concessões, que será inaugurado no próximo dia 18, com leilões de rodovias, abre boas oportunidades para o setor, que precisa buscar alternativas de investimentos mais rentáveis diante de um cenário futuro de menores retornos em aplicações de renda fixa.

"Se o investimento for bom, vamos participar com o máximo que pudermos", revelou Cunha. A Petros calcula que tem cerca de 15% do seu patrimônio total de R$ 64,8 bilhões destinado a investimentos em infraestrutura. Um porcentual semelhante ao da Funcef, que possui de R$ 7 bilhões a R$ 8 bilhões aplicado em ativos no setor.

Essa modalidade de investimento, na avaliação da Funcef, é uma oportunidade de ter rentabilidade garantida no longo prazo e atrelada a inflação. Segundo o diretor da Funcef, a Caixa, que estrutura a criação do fundo noiva, conversa também com outras fundações e investidores. "Se fosse só a Petros e a Funcef estaríamos fora", garantiu.

Além de rebater as críticas feitas pelo presidente da Abrapp, o diretor da Petros cobra da entidade uma maior preocupação com o futuro dos pequenos fundos, que precisam deixar a segurança da renda fixa em busca de aplicações alternativas, que possam garantir o cumprimento das metas atuariais.

"A Abrapp deveria estar preocupada em pegar pequenos fundos de pensão e formar um fundo para participar dessa discussão de infraestrutura. Petros, Funcef e Previ têm equipes para analisar e estrutura financeira, os pequenos não", reclamou.

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