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Da Redação
Publicado em 29 de março de 2010 às 14h53.
Rio de Janeiro - O diretor de Política Monetária do Banco Central, Aldo Luiz Mendes, afirmou nesta segunda-feira que o maior ou menor apetite de investidores a risco é o que define a taxa de câmbio no país.
"Ao contrário do que pode indicar o senso comum, o fluxo cambial não forma a taxa de câmbio... A variação do câmbio se deve a percepção de risco da economia global", disse em evento no Rio de Janeiro, classificando o real como uma "commodity global" em razão do sua reação a cenários de risco.
"Quando há mais percepção de risco, os investidores ainda migram para o dólar, que é visto como um porto seguro."
De acordo com Mendes, a cotação do real tende a reagir de forma mais consistente ao comportamento das commodities e à perspectiva de fluxo, do que a dados correntes sobre a entrada e saída de dólares do país.
"A correlação do nosso câmbio com o índice de commodities é alta, enquanto que a correlação com o fluxo presente é muito baixa" afirmou, acrescentando que o fluxo cambial futuro também influencia a variação cambial, uma vez que os agentes de mercado se antecipam a esses movimentos.
O diretor do BC citou que de janeiro de 2009 a março desse ano, o fluxo cambial do país foi de 27 bilhões de dólares enquanto as intervenções do BC no mercado de câmbio à vista somaram 28,5 bilhões de dólares.
"Em uma perspectiva de longo prazo, as atuações do BC procuram acompanhar o fluxo. A meta que se persegue é tentar retirar da economia eventual excesso ou escassez de dólares", explicou.
Na visão de Mendes, as eleições deste ano não devem impactar o câmbio, diferentemente do pleito de 2002, quando o dólar se aproximou de 4 reais em razão das incertezas sobre a vitória do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"A economia brasileira tem um grau de maturidade hoje que não consigo ver nenhuma grande alteração que possa vir da questão política. Será uma interação entre oferta e demanda mesmo", avaliou.
O dólar era cotado a 1,810 real às 14h37 desta segunda-feira, com queda de 1,09 por cento em relação ao fechamento da sessão anterior.