Economia

Paulo Guedes diz que não faltará recurso para saúde e economia

"Vamos liberar todos os recursos que a saúde necessitar e, da mesma forma, não deixaremos faltar liquidez na economia”, assegurou o ministro

Paulo Guedes: "não tem esse negócio de sair do governo" (Adriano Machado/Reuters)

Paulo Guedes: "não tem esse negócio de sair do governo" (Adriano Machado/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de março de 2020 às 20h16.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o Brasil ingressou na pandemia do novo coronavírus em um momento da economia diferente do de outros países no mundo. Ele observou que, enquanto a atividade global desacelerava, o PIB brasileiro estava em uma jornada de expansão.

"O Brasil entra na pandemia em ponto diferente do mundo no ciclo econômico", afirmou o ministro em videconferência com o presidente da XP Investimentos, Guilherme Benchimol, com o estrategista-chefe e chefe de análise da XP, Fernando Ferreira, e outros sócios da empresa no YouTube.

Guedes começou a conferência lembrando todas as medidas emergenciais tomadas até o momento. "No total, estamos colocando R$ 500 bilhões para girar na economia brasileira nos próximos três meses", disse o ministro.

O ministro afirmou que o Plano de Auxílio Emergencial aos Informais vai custar cerca de R$ 50 bilhões para não deixar "nenhum brasileiro para trás". "Preferimos correr o risco do erro e fazer a inclusão social de todos. Se alguém que não pode receber o valor os R$ 600 por mês estiver na lista de beneficiários, vamos corrigir lá na frente", disse.

"Não somos contrários à transferência de renda. Somos contrários à transferência perversa de renda", disse Guedes.

“Nenhum brasileiro será deixado para trás. Vamos liberar todos os recursos que a saúde necessitar e, da mesma forma, não deixaremos faltar liquidez na economia”, assegurou o ministro.

Ele também descartou aumento de impostos neste momento, como sugeriram alguns deputados. “A crise que estamos vivendo é transitória. Se aumentarmos impostos, quebraremos as pernas das empresas, o que vai impedir a retomada da economia mais adiante” ponderou o ministro.

"Conversa fiada"

O ministro também disse que "é conversa fiada" de quem diz que ele vai sair do cargo. "Não tem esse negócio de sair do governo", disse.

Ele afirmou que está no Rio de Janeiro porque foi "despejado" do hotel em que morava em Brasília desde o início do governo Bolsonaro. Por conta da pandemia do novo coronavírus, o hotel suspendeu temporariamente seus serviços.

"Quando soube que eu fiquei sem hotel, o presidente Jair Bolsonaro disse para eu ficar na Granja do Torto", disse o ministro, acrescentando que está confiante que o presidente está comprometido com as reformas estruturantes que serão retomadas, segundo ele, no fim do ano.

Guedes disse que, a partir de amanhã, vai se instalar na Granja do Torto com a família.

Sobre as medidas sanitárias para contenção da propagação do vírus, Guedes disse que segue as recomendações do ministro da Saúde, Luiz Mandetta. "Estamos em isolamento", afirmou o ministro na videoconferência feita de sua residência no Rio de Janeiro.

Ele disse que o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro contra o isolamento da população foi um alerta do mandatário sobre a "segunda onda" da pandemia que vai derrubar a economia. "Ele está preocupado com o a segunda onda, de depressão, de queda da economia", diz Guedes. "Estamos em democracia; presidente fez alerta, governadores administram do jeito que avaliam melhor", disse.

Guedes disse que o ministro-chefe da Casa Civil, Braga Neto, foi destacado para cuidar da logística da distribuição dos exames doados pelas empresas.

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