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Parlamento grego vota acordo após relatório explosivo do FMI

O primeiro-ministro Alexis Tsipras reconheceu que o acordo com os credores para um terceiro plano de ajuda financeira é um texto em que ele não acreditava

Parlamento grego: "Assumo minha responsabilidade pelo texto em que eu não acredito, mas que assinei para evitar um desastre para o país", declarou Tsipras (Aris Messinis/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2015 às 11h39.

O acordo entre a Grécia e seus credores deve ser votado nesta terça-feira no parlamento grego, pouco depois da publicação de um relatório do FMI , previamente vazado, no qual o organismo reitera a necessidade de se quitar a dívida grega.

Como demonstração de boa vontade ante os credores, o governo do partido Syriza, que espera obter em algumas semanas um terceiro plano de ajuda de ao menos 80 bilhões de euros, apresentou na terça-feira à noite o projeto de lei que será votado na tarde desta quarta, segundo termos do acordo assinado na segunda, em Bruxelas.

O texto prevê medidas como a alta do IVA e a adoção de uma regra de ouro orçamentária.

O primeiro-ministro Alexis Tsipras reconheceu que o acordo com os credores para um terceiro plano de ajuda financeira é um texto em que ele não acreditava, mas que o assinou a fim de "evitar um desastre para o país".

"Assumo mais responsabilidades por qualquer erro que eu possa ter cometido. Assumo minha responsabilidade pelo texto em que eu não acredito, mas que assinei para evitar um desastre para o país", declarou Tsipras em entrevista à TV pública grega ERT na terça.

Ele acrescentou que a abertura dos bancos gregos depende da aprovação do acordo, que acontecerá dentro de um mês. "Quando há um choque, sempre existe a possibilidade dos poupadores sacarem todo o seu dinheiro".

Uma pesquisa do instituto Kapa Research indica que, apesar de muito divididos, 70,1% dos gregos acham que o parlamento deve adotar o acordo.

Dívida viável

A zona do euro deve ir "muito além" do que o previsto para aliviar a dívida da Grécia e poderá, até, se ver obrigada a perdoar uma parte do montante devido, avaliou o Fundo Monetário Internacional (FMI) em um relatório publicado na terça-feira.

"A dívida da Grécia só pode ser viável com medidas de alívio da dívida que vão muito além do que a Europa previu fazer agora", indicou o FMI no relatório enviado no último sábado às autoridades europeias.

A Grécia pode precisar de "mais financiamento" proveniente dos Estados europeus, superior ao valor acertado entre Atenas e a zona do euro na segunda-feira, acrescentou o relatório.

O acordo impõe duras medidas de ajuste ao governo de Atenas em troca de um resgate financeiro de três anos com um montante entre 82 e 86 bilhões de euros.

O FMI afirma que a dívida é "totalmente inviável" e prevê que se aproximará de 200% de seu Produto Interno Bruto nos próximos dois anos, em comparação aos 175% atuais.

Nesse contexto, o FMI prevê que a Europa não terá outra opção a não ser aliviar a dívida grega, algo que a Alemanha rejeita. Em caso contrário, o FMI não participará da ajuda financeira à Grécia.

O Fundo propõe três opções para os europeus. A primeira consiste em estender de 10 a 30 anos "o período de carência" para a Grécia; a segunda aponta para "transferências anuais" de fundos à Grécia; e a terceira seria uma "eliminação da dívida" pura e simples, enumera o relatório.

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O acordo entre a Grécia e seus credores deve ser votado nesta terça-feira no parlamento grego, pouco depois da publicação de um relatório do FMI , previamente vazado, no qual o organismo reitera a necessidade de se quitar a dívida grega.

Como demonstração de boa vontade ante os credores, o governo do partido Syriza, que espera obter em algumas semanas um terceiro plano de ajuda de ao menos 80 bilhões de euros, apresentou na terça-feira à noite o projeto de lei que será votado na tarde desta quarta, segundo termos do acordo assinado na segunda, em Bruxelas.

O texto prevê medidas como a alta do IVA e a adoção de uma regra de ouro orçamentária.

O primeiro-ministro Alexis Tsipras reconheceu que o acordo com os credores para um terceiro plano de ajuda financeira é um texto em que ele não acreditava, mas que o assinou a fim de "evitar um desastre para o país".

"Assumo mais responsabilidades por qualquer erro que eu possa ter cometido. Assumo minha responsabilidade pelo texto em que eu não acredito, mas que assinei para evitar um desastre para o país", declarou Tsipras em entrevista à TV pública grega ERT na terça.

Ele acrescentou que a abertura dos bancos gregos depende da aprovação do acordo, que acontecerá dentro de um mês. "Quando há um choque, sempre existe a possibilidade dos poupadores sacarem todo o seu dinheiro".

Uma pesquisa do instituto Kapa Research indica que, apesar de muito divididos, 70,1% dos gregos acham que o parlamento deve adotar o acordo.

Dívida viável

A zona do euro deve ir "muito além" do que o previsto para aliviar a dívida da Grécia e poderá, até, se ver obrigada a perdoar uma parte do montante devido, avaliou o Fundo Monetário Internacional (FMI) em um relatório publicado na terça-feira.

"A dívida da Grécia só pode ser viável com medidas de alívio da dívida que vão muito além do que a Europa previu fazer agora", indicou o FMI no relatório enviado no último sábado às autoridades europeias.

A Grécia pode precisar de "mais financiamento" proveniente dos Estados europeus, superior ao valor acertado entre Atenas e a zona do euro na segunda-feira, acrescentou o relatório.

O acordo impõe duras medidas de ajuste ao governo de Atenas em troca de um resgate financeiro de três anos com um montante entre 82 e 86 bilhões de euros.

O FMI afirma que a dívida é "totalmente inviável" e prevê que se aproximará de 200% de seu Produto Interno Bruto nos próximos dois anos, em comparação aos 175% atuais.

Nesse contexto, o FMI prevê que a Europa não terá outra opção a não ser aliviar a dívida grega, algo que a Alemanha rejeita. Em caso contrário, o FMI não participará da ajuda financeira à Grécia.

O Fundo propõe três opções para os europeus. A primeira consiste em estender de 10 a 30 anos "o período de carência" para a Grécia; a segunda aponta para "transferências anuais" de fundos à Grécia; e a terceira seria uma "eliminação da dívida" pura e simples, enumera o relatório.

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